Acumulação por espoliação e redes de transporte público: o Corredor Metropolitano Noroeste em Campinas-SP
DOI:
https://doi.org/10.9771/geo.v16i2.37924Palavras-chave:
Redes, Transporte público, Espoliação, Promoção imobiliária, PrivatizaçãoResumo
Este artigo objetiva relacionar aspectos do processo de acumulação por espoliação com dinâmicas de desenvolvimento de redes de transporte público, a partir do recorte empírico do Corredor Metropolitano Noroeste, na Região Metropolitana de Campinas (SP). Grandes projetos de infraestrutura como esse corredor implicam uma diversa trama de intencionalidades políticas, dentre as quais há as que têm como finalidade a acumulação de caráter rentista. Discursos do planejamento tecnocrático se colocam como neutros e comprometidos com o bem comum e, por isso, são usados para legitimar propostas de intervenção nas redes de transporte coletivo. A viabilidade dessas transformações na organização do espaço está condicionada, no entanto, a diferentes objetivos especulativos. Em torno do Estado, a promoção imobiliária e a privatização do patrimônio público são determinantes para que propostas de renovação das materialidades avancem ou desvaneçam.
Downloads
Referências
ANTAS JR., R. M. Elementos para uma discussão epistemológica sobre a regulação no território. Geousp - Espaço e Tempo, n. 16, p. 81-86, 2004.
ARAÚJO, J. P. Privatizações: Entre 1994/2002 125 estatais vendidas por US$ 105,553 bilhões. Não às privatizações! FPA de Fato (Blog), 2010. Disponível em: www.fpabramo.org.br. Acesso em 17/05/2016.
BELDA, R. Caminhos do transporte urbano. São Paulo: Editoras Unidas, 1994.
BRANDÃO, C. R. F. Acumulação primitiva permanente e desenvolvimento capitalista no Brasil contemporâneo. In: ALMEIDA, A. W. B. et al. Capitalismo globalizado e recursos territoriais. Rio de janeiro: lamparina, 2010. p. 39-69.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 5 de outubro de 1988. 1988. Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em 18/09/2016.
CASTILLO, R.; TOLEDO JR., R.; ANDRADE, J. Três dimensões de solidariedade em Geografia: autonomia político-territorial e tributação. Revista Experimental – LABOPLAN, São Paulo, ano II, n. 3, p. 69-99,1997.
CATAIA, M. A. Território usado e federação: articulações possíveis. Educação & Sociedade, v. 34, n. 125, 2013.
CHESNAIS, F. A finança mundializada. São Paulo: Boitempo, 2010.
COCCO, R. G. Interações espaciais e sistemas de transporte público: uma abordagem para Bauru, Marília e Presidente Prudente. 2011. 265 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Faculdade de Ciências e Tecnologia, UNESP, Presidente Prudente, 2011.
DIAS, L. C. Os sentidos da rede: notas para discussão. IN: DIAS, L. C.; SILVEIRA, R. L. L. (Org.). Redes, sociedades e territórios. Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2005. p. 11-28.
EMPRESA METROPOLITANA DE TRANSPORTES URBANOS (EMTU). Corredor Metropolitano Noroeste. (Apresentação de Slides), 2005. Disponível em: www.stm.sp.gov.br.
FERNANDES, A. C. A.; BRANDÃO, C. A.; CANO, W. A Região Metropolitana de Campinas – análise integrada. In: CANO, W.; BRANDÃO, C. A. (Coord.). A Região Metropolitana de Campinas: urbanização, economia, finanças e meio ambiente - volume 2. Campinas: Editora da Unicamp, 2002. p. 55-94.
FIX, M. São Paulo, cidade global: fundamentos financeiros de uma miragem. São Paulo: Boitempo, 2007.
FOUCAULT, M. Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
FUNDAÇÃO ECONOMIA DE CAMPINAS (FECAMP). Plano Integrado de Transportes Urbanos da Região Metropolitana de Campinas (PITU - Campinas): relatório 8 - elaboração das estratégias para cada cenário - revisão A, 2006. Disponível em: www.fecamp.org.br.
FUNDAÇÃO PARA PESQUISA E ARQUITETURA EM AMBIENTE (FUPAM). Estudo de Impacto Ambiental (EIA): variante do lote 2 do Corredor Noroeste de Campinas. São Paulo: FUPAM, 2016.
GALLO, F. Elementos da formação territorial brasileira: a federação nacional como evento geográfico. Boletim Campineiro de Geografia, v. 4, n. 1, p. 27-43, 2014.
HARVEY, D. O novo imperialismo. São Paulo: Loyola, 2004.
______. O enigma do capital. São Paulo: Boitempo, 2011.
KOWARICK, L. A espoliação urbana. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
LATOUR, B. Reensamblar lo social: una introducción a la teoría del actor-red. Buenos Aires: Ediciones Manantial, 2008.
______. On recalling ANT. Department of Sociology, Lancaster University, Lancaster, 2013.
MARX, K. O capital: crítica da economia política. Livro Primeiro - o processo de produção do capital: Tomo 2. São Paulo: Nova Cultura, 1996 [1867].
PINHEIRO, A. C.; FUKUSAKU, K. A privatização no Brasil: o caso dos serviços de utilidade pública. Rio de Janeiro: BNDES; FINAME, 2000.
RAFFESTIN, C. Por uma geografia do poder. São Paulo: Ática, 1993.
RODRIGUES, A. M. Moradia nas cidades brasileiras. São Paulo: Contexto, 1996.
SALOMÃO, V. O transporte de passageiros na Região Metropolitana de Campinas: organização, regulação e usos do território. Monografia (Bacharelado em Geografia) – Instituto de Geociências, UNICAMP, Campinas, 2014.
______. A ampliação das redes de transporte público no estado de São Paulo: articulações institucionais e usos do território. 2017. 360f. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Instituto de Geociências e Ciências Exatas, UNESP, Rio Claro, 2017.
SÃO PAULO (ESTADO). Secretaria dos Transportes Metropolitanos. Pesquisa Origem e Destino RMC. (Apresentação de Slides). 2003. Disponível em: www.stm.sp.gov.br. Acesso em: 16/12/2015.
SANTOS, M. O espaço geográfico como categoria filosófica. Revista Terra Livre, n. 5, p. 9-20, 1988.
______. A natureza do espaço. São Paulo: Hucitec, 1996.
SANTOS, M.; SILVEIRA, M. L. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001.
SECRETARIA DE TRANSPORTES METROPOLITANOS (STM). Pesquisa de Origem e Destino Domiciliar e Pesquisa de Linha de Contorno na Região Metropolitana de Campinas. São Paulo: Oficina Engenheiros Consultores Associados, 2012.
VASCONCELLOS, E. A. Transporte urbano nos países em desenvolvimento: reflexões e propostas. São Paulo: Editoras Unidas, 1996.
VILLAÇA, F. Espaço intra-urbano no Brasil. São Paulo: Studio Nobel, 2001.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o artigo simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Creative Commons CC BY que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. Esta licença permite que outros distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho, mesmo para fins comerciais, desde que lhe atribuam o devido crédito pela criação original. É a licença mais flexível de todas as licenças disponíveis. É recomendada para maximizar a disseminação e uso dos materiais licenciados. Ver o resumo da licença em: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ Ver o texto legal da licença em: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ Consulte o site do Creative Commons: https://creativecommons.org/licenses/?lang=pt
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).