RACISMO INSTITUCIONAL E RACISMO COTIDIANO NOS CONTOS “AS MÃOS DOS PRETOS”, DE LUÍS BERNARDO HONWANA, E “O PECADO”, DE LIMA BARRETO
DOI:
https://doi.org/10.9771/ell.v0i76.54009Palavras-chave:
Lima Barreto; Luís Bernardo Honwana; Racismo cotidiano; Racismo institucional.Resumo
Este artigo tem por objetivo estabelecer uma comparação entre os contos As mãos dos pretos, do escritor moçambicano Luís Bernardo Honwana, e O pecado, do autor brasileiro Lima Barreto, denunciando o racismo institucional (ALMEIDA, 2019) e o racismo cotidiano (KILOMBA, 2019) presentes nas duas narrativas. Portanto, com base em textos teóricos que discutem, majoritariamente, racismo e literatura negra, é possível notar como a Igreja enquanto instituição surge nos contos como (re)produtora de discursos racistas que inferiorizam e excluem a população negra. Além disso, aponta-se a forma como o racismo institucional e o racismo cotidiano retroalimentam-se, sustentando a continuidade da discriminação racial.
Downloads
Referências
ABDALA JUNIOR, Benjamin. O comparatismo literário entre os países de Língua Oficial Portuguesa: perspectivas político-culturais e reflexões comunitárias. In: PANTOJA, Selma; BERGAMO, Edvaldo A.; SILVA, Ana Cláudia da. (orgs.). África Contemporânea em Cena: perspectivas interdisciplinares. São Paulo: Intermeios, 2014.
ALMEIDA, Silvio L. de. Racismo estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.
BARRETO, Lima. Contos completos de Lima Barreto. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. Edição Kindle.
BOSI, Alfredo. Introdução: Figuras do eu nas recordações de Isaías Caminha. In: BARRETO, Lima. Recordações do Escrivão Isaías Caminha. São Paulo: Penguin & Companhia das Letras, 2010. Edição Kindle.
CAMPOS Lilian C.; PINHO, Camila M. S. de; WILLMS, Elni E. Literatura, educação e relações étnico-raciais: uma análise do conto O pecado de Lima Barreto. Caderno de Letras, n. 40, p. 147-163, 2021.
CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: Vários escritos. Rio de Janeiro: Ouro sobre azul, 2011.
CARDOSO, Laís de Almeida. Literatura, sociedade e identidade cultural: um diálogo entre “As mãos dos pretos”, de Luís Bernardo Honwana, “Por que o negro é preto?”, de Câmara Cascudo, e Macunaíma, de Mário de Andrade. Revista Crioula, v. 13, p. 1, 2013.
CHAVES, Rita de Cassia N. Desmedida: o Brasil, para além da paisagem, em Ruy Duarte de Carvalho. Remate de Males, v. 26, n. 2, p. 279-291, 2006.
CHAVES, Rita de Cassia N. Contos africanos dos países de língua portuguesa. São Paulo: Ática, 2009.
COMPAGNON, Antoine. Literatura para quê?. Trad. Laura Taddei Brandini. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009.
CUTI. Literatura negro-brasileira. São Paulo: Selo Negro, 2010.
EVARISTO, Conceição. Literatura negra: uma poética de nossa afro-brasilidade. Scripta, v. 13, n. 25, p. 17-31, 2009.
FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: EDUFBA, 2008.
FERREIRA, Manuel. Literaturas Africanas de Expressão Portuguesa II. Amadora: Biblioteca Breve, 1977.
GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latino-americano. Rio de Janeiro: Zahar, 2020.
HONWANA, Luís B. Nós matamos o Cão Tinhoso!. São Paulo: Kapulana, 2017.
KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Trad. Jess Oliveira. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019. Edição Kindle.
LIMA, Weberson de A. O conto afro-brasileiro de Lima Barreto: o narrar interno e o protagonista negro nas primeiras décadas do século XX. 2021. 89 f. Dissertação (Mestrado em Letras: Literatura, Memória e Cultura). Centro de Ciências Humanas e Letras, Universidade Estadual do Piauí, Teresina.
LUSTOSA, Isabel. Lima Barreto em seu tempo. In: BARRETO, Lima. Recordações do Escrivão Isaías Caminha. São Paulo: Penguin & Companhia das Letras, 2010. Edição Kindle.
MARTIN, Vima L. de R. A violência do colonialismo pelo olhar de Luís Bernardo Honwana. Posfácio. In: HONWANA, Luís B. (org.). Nós matamos o Cão Tinhoso!. São Paulo: Kapulana, 2017. p. 133-137.
PROENÇA, Paulo S. de. Análise do conto “As mãos dos pretos” de Bernardo Honwana, em perspectiva Descolonizadora. LITERARTES, n. 5, p. 100-119, 2016.
SCHWARCZ, Lilia M. Lima Barreto: triste visionário. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.