UM OLHAR FEMINISTA SOBRE O EXERCÍCIO DA PARENTALIDADE APÓS A SEPARAÇÃO
DOI:
https://doi.org/10.9771/rcc.v1i0.44623Palavras-chave:
Famílias, Feminismo, Parentalidade, Abandono AfetivoResumo
O objetivo do artigo é analisar em que medida o viés de gênero interfere na produção jurídica familiarista. Para tanto, o trabalho se orientou pelas questões relativas aos papeis de gênero socialmente estabelecidos nas estruturas familiares, à interferência da epistemologia feminista no estado da arte da produção jurídica, à importância do gênero na judicialização das demandas familiaristas e à relação entre papeis de gênero e abandono parental. Em seu desenvolvimento, traçou-se um breve escorço histórico das transformações ocorridas na conformação das famílias, uma análise do papel social do gênero na divisão do trabalho e da influência da epistemologia feminista na ciência jurídica. Em seguida, buscou-se demonstrar como o contexto social favorece e legitima o abandono afetivo paterno, que sobrecarrega as mães guardiãs. A partir da pesquisa bibliográfica, foi utilizado o método analítico-dedutivo cartesiano.Downloads
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