Elia Suleiman e as crônicas contra a desaparição // ELIA SULEIMAN AND THE CHRONICLES AGAINST DISAPPEARANCE

Autores

  • Angela Prysthon Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil
  • Marcelo Pedroso Universidade Federal de Pernambuco

DOI:

https://doi.org/10.9771/contemporanea.v11i3.8859

Palavras-chave:

cinema periférico, cinema político, filmografia palestina

Resumo

O presente artigo busca abordar os filmes do cineasta palestino Elia Suleiman a partir da moldura teórica do cinema mundial contemporâneo (especialmente no que diz respeito às tentativas de delimitar os contornos de suas vertentes mais periféricas) e da articulação entre a sua estética e os contextos políticos e sociais que eles refletem. Uma das nossas hipóteses iniciais é que a política encampada por Suleiman escapa às categorizações usuais do cinema político através da ironia, do nonsense e do burlesco face ao horror do contexto palestino. Tais elementos reconfiguram a própria noção de política no cinema: Suleiman opta pela singularidade, pelo absurdo e pelo inusitado que emergem do real, que brotam desse árido cotidiano sem esperança dos territórios ocupados e que dão forma à complexidade da situação - tanto que essa forma se revela necessariamente híbrida, ambígua e desconcertante. Suleiman, tanto pela centralidade de sua obra na filmografia palestina, como pelo seu papel de vanguarda no cinema mundial, oferece-nos uma possibilidade de compreensão do cinema como um espaço de enunciação de resistência, como alternativa visual e encarnação visível da existência palestina. Através do comentário sobre seus principais filmes – particularmente sobre o seu segundo longa-metragem, Intervenção Divina (2002) – nosso principal objetivo é investigar as correspondências e as rupturas entre estética fílmica e fatos políticos. Elia Suleiman and the chronicles against disappearance ABSTRACT The present essay addresses the Palestinian Elia Suleiman’s films from the theoretical framework of contemporary World Cinema studies (especially when they are concerned with the contours of its more peripheral aspects) and the articulation of their aesthetics and the political and social contexts that hey reflect. One of our initial hypotheses is that the politics championed by Suleiman escapes the usual categorizations of political cinema via irony, nonsense and a burlesque tone in the face of the horror of the Palestinian reality. Such elements reconfigure the very notion of politics in film: Suleiman opts for singularity, the absurd and the unusual that emerge from reality, that sprout from the arid and hopeless every day of the occupied territories and that give form to the complexity of the situation - so that this form necessarily reveals itself to be hybrid, ambiguous, disconcerting. Suleiman, because both of the centrality of his work in Palestinian filmography and his role as an avant-garde in World Cinema, offers us a possibility of understanding cinema as a space of enunciation of resistance, as a visual alternative and visible embodiment of Palestinian existence. Reviewing his main films – particularly his second feature film, Divine Intervention (2002) – our main goal is to investigate the correspondences and ruptures between filmic aesthetics and political facts. KEYWORDS: peripheral cinema; political cinema; Palestinian fimography

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Biografia do Autor

Angela Prysthon, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil

A

Marcelo Pedroso, Universidade Federal de Pernambuco

Marcelo Pedroso é cineasta e mestrando no Programa de Pós-graduação em Comunicação da UFPE.

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Publicado

2013-12-02