A “mineração do futuro” em disputa: estratégias organizacionais, apagamentos discursivos e a influência indireta
DOI:
https://doi.org/10.9771/contemporanea.v21i1.50309Palavras-chave:
Comunicação organizacional, Mineração do Futuro, Estratégias DiscursivasResumo
O artigo investiga as práticas, estratégias e reverberações do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), entendido enquanto ator central na teia discursiva acerca da “Mineração do Futuro” no Brasil. Partindo de uma visão crítica sobre a comunicação organizacional e da noção de influência indireta, o texto argumenta que o IBRAM se constitui como principal braço de relações públicas de uma indústria que enfrenta inúmeras questões ambientais e sociais acerca de seus impactos. Visando compreender aspectos estratégicos da atuação desse ator, o texto apresenta uma matriz metodológica inspirada na Análise Crítica do Discurso que procura desvelar marcas discursivas da atuação do instituto e entender elementos de sua circulação na imprensa. Como resultado, observa que o IBRAM opera com o embaralhamento de informações acerca de sua natureza e com estruturas argumentativas que apagam conflitos específicos em favor de visões generalistas sobre a sustentabilidade e ética do setor, e que seu discurso neoliberal contra regulamentações ganha força pelo seu acionamento genérico na imprensa enquanto voz especializada.
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