n. 12 (2012): Argumento #12 - A Virada Prático Histórica da Filosofia
Eis uma coletânea de artigos que, conjuntamente tomados, compõem um campo comum e constituem uma elaboração integrada, cujas referências principais são o pós-hegelianismo e o pragmatismo, como filosofias da prática. Toma como mote - o que tem sido retirado por Habermas - que o pragmatismo nasce em diálogo com Kant e Hegel e integra, tanto quanto Marx, Stirner ou Feuerbach, a familia pós-hegeliana das filosofias da práxis ou da ação, como uma variante (aquela democrática) do jovem hegelianismo, na continuidade das quais o próprio Habermas, e também Rorty, Mangabeira Unger ou Chantal Mouffe colocam-se ou podem ser colocados. Com efeito , o que chamamos de Virada prático-histórica da filosofia, representada por esses autores, é um movimento "pós-metafísico" do qual a virada prático-linguística dos nossos dias, o pragmatismo e a filosofia da práxis são partes. Uma transformação que pode ser caracterizada como destranscedentalizante, contextualista, anti-substancialista, não-fundacionista, não-representacionista. A partir desse novo marco filosófico, podem ser reformulados de modo interessante temas como verdade, objetividade, ação, criação, normatividade e democracia, bem como questões sobre o lugar da filosofia na cultura, sua relação com a política e com a vida privada, etc...
José Crisóstomo de Souza