Stirner, associação, fruição e empoderamento agônico
Resumo
Décadas antes da proposta nietzschiana de uma filosofia “a golpes
de martelo”, O Único e sua Propriedade, da autoria de Stirner, provocava
escândalo na Alemanha do século XIX, chegando a ser recolhido pelas
autoridades, para depois ser liberado sob a argumentação de que era
“demasiado absurdo para ser levado a sério.” A essa breve polêmica
seguiu-se, contudo, um grande período de esquecimento que apenas em
meados século XX foi interrompido pela retomada dos estudos acerca da
obra, uma retomada que trouxe consigo novamente a pergunta acerca do
caráter próprio da filosofia de Max Stirner, do que realmente ele diz ou
sugere.1 Visando avançar em direção a uma possível resposta a tal questão,
o texto que se segue propõe-se a apresentar o pensamento de Max
Stirner sob o viés da sua crítica à reificação dos elementos constitutivos
de nexo social. De modo mais restrito, pretendo expor um dos aspectos
da estratégia de dessacralização da cultura de que Max Stirner lança mão
visando favorecer o empoderamento do indivíduo concreto, moderno...
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Referências
BAZZANI, Fabio, Weitling e Stirner, Milão, Franco Angeli, 1985
BRAZILL, William J, “Max Stirner and the Terrorism of Pure Theory”,
em Max Stirner e l’individualismo Moderno, Napoli, Instituto Suor
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Lisboa, Ed. Gradiva, 1996.
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THOREAU, Henry David, A Desobediência Civil, Trad. Sergio Karam,
Porto Alegre, Karam, Ed. L&PM, 2011.