O Islã no Atlântico Negro
Saliu Salvador Ramos das Neves e sua família (Bahia e Lagos, c. 1830-1900)
DOI:
https://doi.org/10.9771/aa.v0i69.58675Palavras-chave:
Retornados, Atlântico Negro, Muçulmanos iorubás na Bahia, Islã em Lagos , Sociabilidade TransatlânticaResumo
Os estudos sobre os retornados ou agudás tendem a privilegiar o papel do catolicismo como marca identitária desse grupo. O envolvimento no islã é geralmente tratado como uma questão periférica, apesar de sua incontestável importância em impulsionar a mais intensa fase de retorno, logo depois do Levante dos Malês (1835). O presente texto examina a presença de retornados muçulmanos em Lagos, onde uma comunidade agudá consolidou-se a partir dos anos 1850. A partir de detalhada pesquisa documental e etnográfica, tomamos como estudo de caso a trajetória de Saliu Salvador Ramos das Neves, fundador de uma das mesquitas brasileiras mais antigas de Lagos. A primeira parte do texto analisa sua vida na Bahia, onde ele testemunhou a Revolta dos Malês, alforriou-se e formou uma família com quem embarcou para Lagos em 1857. A segunda parte examina a trajetória da família em Lagos, com atenção especial para o período formativo do bairro brasileiro e do crescimento do islã agudá. Finalmente, o texto reflete sobre os continuados contatos afetivos e comerciais da família com a Bahia, em relação ao vaivém atlântico de outros retornados muçulmanos na segunda metade do século XIX. As evidências apresentadas demostram a existência de um importante componente muçulmano na dinâmica do Atlântico Negro.
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