Os beneméritos de Santa Efigênia:
sobre a ascensão de uma devoção negra no Alto da Cruz de Vila Rica, 1733-1832
DOI:
https://doi.org/10.9771/aa.v0i67.51073Palavras-chave:
Escravismo, Religiosidade, Irmandades, Vila Rica, Santa EfigêniaResumo
Nosso objetivo é analisar o envolvimento de indivíduos pardos com a devoção de uma santa africana, a Santa Efigênia, na Irmandade do Rosário dos Pretos do Alto da Cruz, em Vila Rica. A análise tem como base, especialmente, os documentos da tesouraria da confraria e o Livro dos Brancos, bem como as trajetórias de vidas e redes sociais de pardos da confraria. Percebemos que o investimento nas celebrações desta irmandade revela que o sodalício do Alto da Cruz elegeu a invocação de Santa Efigênia como símbolo principal de sua sociabilidade. Os irmãos pardos, aos quais nos referimos como beneméritos, tiveram atuação decisiva. O investimento votivo de pardos livres ou libertos na celebração de Efigênia tanto representou uma tentativa de demonstração de ascensão e prestígio social, a partir de uma comunidade negra, como, ao mesmo tempo, conferiu a esta solenidade um caráter de autonomia e mobilidade frente aos estigmas do escravismo.
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