A ética do amor nos pretos-velhos umbandistas
DOI:
https://doi.org/10.9771/aa.v0i66.47696Palavras-chave:
Pretos-Velhos, Memórias da escravidão, Resistência não violenta, Umbanda, História oralResumo
O artigo tem como objetivo perscrutar as entrevistas de história de vida realizadas com médiuns em terreiros umbandistas de São João del-Rei, Brasil, e Montevidéu, Uruguai, durante os rituais em que se declaravam incorporados por pretos-velhos. A pesquisa pauta-se na metodologia da história oral e foi empreendida entre os anos de 2017 e 2021. Observou-se que os relatos colhidos nos terreiros mantinham uma estruturação comum, a despeito de sua enorme distância física, iniciando-se com narrativas de dor e sofrimento, procedidos por falas de resistência e, finalmente, concluídos com a apresentação de valores e conselhos potencialmente angariados com a experiência do cativeiro. Ao se debruçar sobre esses dois momentos finais das entrevistas, foi possível aproximar as falas dos médiuns durante os rituais em que se declaravam incorporados ao conceito de resistência não violenta – tão presente no ativismo de grandes líderes como Gandhi e Martin Luther King. Concluiu-se ainda que as memórias coletivas elaboradas atualmente nos terreiros, bem como muitos dos valores e cursos de ação sugeridos pelos pretos-velhos aproximam-se de maneira muito intensa de parte do movimento antirracista contemporâneo, ressoando as falas de bell hooks, Emicida e Paulina Chiziane, por exemplo.
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