Leonardo Africano Ferreira
um médico negro entre Angola, Brasil e São Tomé e Príncipe (1830-1870)
DOI:
https://doi.org/10.9771/aa.v0i65.45444Palavras-chave:
Angola, Leonardo Africano, Serviços de saúde, Atlântico SulResumo
Este artigo analisa a trajetória de Leonardo Africano Ferreira, médico negro e “filho de Angola”. O personagem fala em primeira pessoa, a partir de fontes, tais como sua tese apresentada à Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa e uma representação endereçada ao Governador-Geral de Angola em 1864. O argumento central do texto é de que a identidade africana e o componente racial mediaram as experiências do chamado “pluralismo médico” no qual Africano estava inserido, sobretudo dentro de um contexto burocrático e hierarquizado, que, em meados do século XIX, que se assentou como uma política sanitária para o continente. As práticas profissional e pessoal desse personagem como médico-cirurgião vivenciadas em diferentes espaços – África, Europa e América – proporcionam elementos para perceber a inflexão para o Atlântico Sul de sujeitos frente às tentativas de soberania portuguesa no território angolano na segunda metade do século XIX.
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