"Por sua liberdade me oferece uma escrava"
alforrias por substituição na Bahia, 1800-1850
DOI:
https://doi.org/10.9771/aa.v0i63.43392Palavras-chave:
Tráfico e escravidão | Alforria por substituição | Bahia – século XIXResumo
O artigo discute a alforria por substituição, modalidade em que o escravo trocava sua liberdade dando em troca outro escravo, tornando-se, pelo menos temporariamente, um senhor de escravos escravizado. Os dados derivam de mais de 400 casos de alforrias registradas nos tabeliães de Salvador, destacando a cidade como local no Brasil em que esse tipo de alforria foi mais usado. O artigo relaciona a substituição ao volume do tráfico transatlântico, à escravidão urbana e ao acesso a redes do tráfico pelos escravos que investiam em outros escravos. Uma das possíveis explicações para o fenômeno vem da natureza da escravidão na parte da África onde se originava a maioria dos cativos baianos, onde a posse de escravos por outros escravos era prática comum. Mas a relação senhor/escravo ganha o centro da cena. Sendo a concessão da alforria prerrogativa senhorial, da mesma forma o era a licença para cativos formarem uma poupança para comprar seus substitutos. Discute-se as negociações entre senhores e alforriados, apontando circunstâncias envolvidas. Vários aspectos da negociação são revelados através de exemplos concretos. O artigo traça, entre outros achados quantitativos, os perfis étnico (com predominância de nagôs) e por gênero (com predominância de mulheres), tanto entre substitutos como entre substituídos, vinculando esse resultado à direção do fluxo do tráfico e à dinâmica do trabalho de ganho na cidade.
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