Memória e imaginação histórica na narração da origem brasileira e escrava em Luanda contemporânea
DOI:
https://doi.org/10.9771/aa.v0i54.23616Palavras-chave:
escravidão - memória - genealogia - imaginação histórica - ritual.Resumo
Neste ensaio, analisamos algumas narrações genealógicas coletadas em Luanda (Angola) em que um “negro” brasileiro, que teria vindo a Angola na qualidade de escravo ou depois de ter sido escravo no Brasil, é lembrado como fundador da família. Apresentando elementos tanto de plausibilidade como de imaginação histórica, esses contos são expressivos e ricos de concepções locais no plano tanto social como religioso. Na imaginação cosmológica local, a volta da escravidão por mar de almas que se simpatizam com as pessoas é uma imagem que aparece em práticas rituais. Na economia local do prestígio, se dizer descendentes de um negro brasileiro é a única maneira de assumir uma origem escrava. A origem brasileira enobrece a condição escrava e, ao mesmo tempo, é uma estratégia para negar outras origens estrangeiras, nomeadamente a origem portuguesa.
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