Chicão e Coqueiro Macho: : (sub)vertendo as masculinidades
DOI:
https://doi.org/10.9771/rvh.v16i2.52570Palavras-chave:
Masculinidades, história e relações de gêneroResumo
O artigo destina-se a refletir sobre o processo de construção do gênero, através da análise de notícias de jornais, produções médicas e criminologistas, tendo como ponto de partida os codinomes masculinizados de duas mulheres dos segmentos populares. Concentrando-se no período entre 1910 e 1935, o texto procura demonstrar que diversos elementos associados às masculinidades não pertenciam apenas aos homens, mas podiam ser partilhados por mulheres. As masculinidades de Chicão e Coqueiro Macho não estavam restritas aos seus apelidos, mas se estendiam aos comportamentos considerados valentes, insubmissos e violentos. Tais modos de agir podiam ser fruto de suas escolhas, relacionadas ou não a suas sexualidades e desejos, e sem dúvida eram fundamentais no enfrentamento dos desafios cotidianos de mulheres afrodescendentes e pobres no mundo desigual de Salvador do começo do século XX.
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