Oxalá cresçam pitangas e É dreda ser angolano: uma análise comparada das construções narrativas de identidades nessas obras
DOI:
https://doi.org/10.9771/rvh.v14i1.51347Palavras-chave:
Angola, Cinema, IdentidadesResumo
Neste artigo buscamos analisar como se constroem as narrativas identitárias da população de Angola, por meio do estudo comparado de suas obras, Oxalá cresçam pitangas (2006) e É dreda ser angolano (2007), do ponto de vista dos seus produtores. Para tanto, estudou-se a formação de uma tradição de filmes de documentário como forma de linguagem cinematográfica nesse país. O discurso identitário sempre se fez presente, transmutando-se com o tempo, em função da mudança do lugar de fala de cada produção. Nesses dois filmes, as narrativas se constroem num país independente, não mais em guerra civil, porém extremamente autoritário, o que determinou graves restrições de censura. Seus produtores são personalidades em evidência na cultura angolana de sua geração: Ondjaki, escritor, ganhador de vários prêmios literários, mostra sua dimensão de cineasta, dividindo a realização de Oxalá com Kiluanje Liberdade, um dos maiores documentaristas angolanos da década de 2010. Dreda foi produzido pela Família Fazuma, um grupo de artistas ativistas políticos, como Pedro Coquenão e Luaty Beirão, hoje membros da resistência ao governo no país.
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Oxalá cresçam pitangas – histórias de Luanda. Direção e realização: Ondjaki e Kiluane Liberdade. Angola e Portugal: 2006. 62 min. DVD.
É dreda ser angolano. Produção: Fazuma. Angola, Portugal: 2007, 65 min. DVD.
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