“Hommes de letres” na “corte do sertão”: João Gumes e a escrita social
DOI:
https://doi.org/10.9771/rvh.v4i2.48783Palavras-chave:
Escritor-Cidadão, Progresso, CivilizaçãoResumo
Este artigo analisa a trajetória intelectual de João Gumes (1858-1930), editor do primeiro jornal dos sertões da Bahia, A Penna (1897-1930), considerando o “lugar social” (Certeau, 1982) de sua produção. Para tanto, observam-se filiações intelectuais e
políticas do autor. Nas matérias daquele jornal, Gumes posicionava-se ante a política regional e estadual, assim como sobre eventos cotidianos, possibilitando-nos entrever uma sociedade recém-saída da escravidão e diante de desafios da emergente República. Da sua “Typographia”, o jornal circulava para várias partes do Brasil. Publicava periodicamente, também ali, trechos das suas comédias-drama A Abolição, A Sorte Grande, Intriga Doméstica, além de romances, a exemplo de O Sampauleiro. Ao lado da ativa vida intelectual, exerceu em Caetité, de onde era natural, a função de escrivão da Coletoria Geral, Tesoureiro e Secretário da Intendência. O seu jornal circulava em período de fortes disputas políticas na Bahia, quando se opunham Góes Calmon e J. J. Seabra.
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