Diálogo de surdos ou voz que clama no deserto? Um breve ensaio sobre o revisionismo historiográfico na medievística brasileira do século XXI

Autores

  • Bruno Gonçalves Alvaro UFS

DOI:

https://doi.org/10.9771/rvh.v9i2.48019

Palavras-chave:

Medievística, Ensaio Crítico, Século XXI

Resumo

Já há alguns anos é perceptível uma nova postura na medievística produzida no Brasil: os ditos clássicos, adormecidos pelas querelas de poder dentro dos Departamentos Universitários, ou mesmo nunca antes folheados, me parecem estar sendo ressuscitados ou pelo menos lidos com mais atenção. Tal caminho, evidentemente, é frutífero, contudo, nele jaz algo além do compromisso sério com a crítica historiográfica. Para nós, o ato de alguns jovens medievalistas atualmente retomarem alguns livros e teses se apropriando de suas ideias, as readaptando e revisando, nos permite, não sem certa ousadia, analisar nosso campo de atuação e as relações de poder nele imbricadas: dos convites específicos para publicações às críticas veladas ao pé do ouvido e, ainda, o quanto o termo “revisionismo” tem, infelizmente, se convertido nas conversas de corredor num novo rótulo depreciativo depositado como um jugo injusto nas costas de alguns poucos corajosos que teimam e não se abalar. Neste breve ensaio crítico, pretendemos demonstrar o quão atual é o que se tem tido por ultrapassado e o quanto ainda devemos àquilo que se teima jogar para o porão sempre que uma voz dissonante clama a sós no deserto acadêmico enquanto aqueles assentados nos tronos de marfim dialogam sem se ouvir, mas se unem para rotular os que se mantêm avessos aos modismos intelectuais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALMEIDA, Néri de Barros; NEMI, Ana; PINHEIRO, Rossana. A construção da narrativa histórica (Séculos XIX e XX). Campinas/ São Paulo: Ed. Unicamp/ Ed. Fap-Unifesp, 2014

ÁLVAREZ, Ignacio. Señorío y feudalismo en Castilla. Una revisión de la historiografía entre los años 1989-2004. In: SARASA SÁNCHEZ, Esteban; SERRANO MARTÍN, Eliseo. (Eds.). Estudios sobre señorío y feudalismo (Homenaje a Julio Valdeón). Zaragoza: Institución Fernando el Católico, 2010. p. 107-196.

ALVARO, Bruno Gonçalves. As Veredas da Negociação: Uma Análise Comparativa das Relações entre os Senhorios Episcopais de Santiago de Compostela e de Sigüenza com a Monarquia Castelhano-Leonesa na Primeira Metade do Século XII. Rio de Janeiro, 2013. 297 p. Tese (Doutorado em História Comparada) – Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013.

ASTARITA, Carlos. Las tesis de Alain Guerreau. Edad Media: Revista de Historia, n. 6, p. 183-207, 2003-2004.

BARTHÉLEMY, Dominique. Senhorio. In: LE GOFF, Jacques; SCHMITT, Jean-Claude. (Coord.). Dicionário Temático do Ocidente Medieval. Bauru, SP; São Paulo, SP: EDUSC; Imprensa Oficial do Estado, 2002. 2v. V. 2, p. 465-476.

BLOCH, Marc. A Sociedade Feudal. Lisboa: Edições 70, 1982.

_____. La genèse de la seigneurie: Idée d’une recherche comparée. Annales d’histoire économique et sociale, Paris, t. 9, n. 45, p. 225-227, May, 1937.

BOUTRUCHE, Robert. Seigneurie et Féodalité. I: le premier âge des liens d’homme à homme. Paris: Aubier, 1959.

BROWN, Elizabeth A. R. The Tyranny of a Construct: Feudalism and Historians of Medieval Europe. The American Historical Review, Oxford, v. 79, n. 4, p. 1063-1088, oct., 1974.

CÁRDENAS, Francisco de. Ensayo sobre la historia de la propriedad territorial en España. Madrid: Imprenta de J. Nogueira, 1873-1875. 2 tomos.

CASTRO, Américo. España en su historia. Cristianos, moros y judíos. Barcelona: Crítica, 1984.

COELHO, María Filomena. Expresiones del poder feudal: El Císter femenino en León (siglos XII y XIII). León: Universidad de León/ Secretariado de Publicaciones, 2006.

ESTEPA DÍEZ, Carlos. Notas sobre el feudalismo castellano en el marco historiográfico. In: SARASA SÁNCHEZ, Esteban; SERRANO MARTÍN, Eliseo. (Eds.). Estudios sobre señorío y feudalismo (Homenaje a Julio Valdeón). Zaragoza: Institución Fernando el Católico, 2010. p. 77-105.

GARCÍA DE VALDEAVELLANO, Luis. El feudalismo hispânico y otros estúdios de historia medieval. Barcelona: Ariel, 1981.

GARCÍA FITZ, Francisco. La Reconquista. Granada: Editorial Universidad de Granada, 2010.

GONZÁLEZ DÁVILA, Gil. Teatro de las Iglesias Metropolitanas y Catedrales de las dos Castillas. Vidas de sus Arzobispos y Obispos, y cosas memorables de sus sedes. Madrid: Imp. de Francisco Martinez, 1645-1650. III Tomos.

GUERREAU, Alain. El futuro de un pasado – La Edad Media en el siglo XXI. Barcelona: Editorial Crítica, 2002.

_____. Feudalismo. In: LE GOFF, Jacques; SCHMITT, Jean-Claude. (Coord.) Dicionário Temático do Ocidente Medieval. Bauru: Edusc; São Paulo: Imprensa Oficial do estado, 2002. 2v. V.1, p. 437-455

_____. Fief, féodalité, féodalisme. Enjeux sociaux et réflexion historienne. Annales. Économies, Sociétés, Civilisations, Paris, 45e année, n. 1, p. 137-166, 1990.

_____. O Feudalismo: Um horizonte teórico. Lisboa: Edições 70, 1982.

HERCULANO, Alexantre. Da existencia ou não-existencia do feudalismo nos Reinos de Leão, Castella e Portugal. In: _____. Opúsculos. Lisboa: Viúva Bertrand, 1786. 10v. V. 5. p. 191-315. Disponível em: http://purl.pt/718/1/p-5641-p/p-5641-p_item1/index.html. Último acesso: 10 de janeiro de 2013.

LIMA, Marcelo Pereira; RUST, Leandro Duarte. Ares pós-modernos, pulmões iluministas: Para uma epistemologia da História Comparada. Revista de História Comparada, Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, junho de 2008. Disponível em: http://www.hcomparada.ifcs.ufrj.br/revistahc/artigos/volume002_Num001_artigo002.pdf. Último acesso: 3 de fevereiro de 2012.

LINEHAN, Peter. Historia e historiadores de la España medieval. Salamanca: Ediciones Universidad de Salamanca, 2001.

MOTA, Mario Jorge da. Assim na terra como no céu: Paganismo, cristianismo, senhores e camponeses na Alta Idade Média Ibérica (Séculos IV-VIII). São Paulo: Edusp, 2013.

MUÑOZ Y ROMERO, Tomaz. Diccionario bibliográfico-histórico de los antiguos reinos, provincias, ciudades, villas, iglesias y santuários de España. Madrid: Imprenta y Esteriotipa de M. Rivadeneyra, 1858.

NASCIMENTO, Renata de Sousa; NETO, Dirceu Marchini. (Orgs.). A Idade Média: Entre a História e a Historiografia. Goiânia: Ed. PUC-Goiás, 2012.

PROST, Antoine. Doze lições sobre a História. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.

RÍOS SALOMA, Martín Federico. La Reconquista en la historiografía española contemporanéa. Madrid: Silex ediciones, 2013.

_____. La Reconquista: Una construcción historiográfica (siglos XVI-XIX). México; Madrid: Universidad Nacional Autónoma de México, Instituto de Investigaciones Históricas; Marcial Pons História, 2011.

RUST, Leandro Duarte. Colunas de São Pedro: A política papal na Idade Média Central. São Paulo: Annablume, 2011.

SANCHEZ ALBORNOZ, Claudio. España. Un enigma histórico. Barcelona: Edhasa, 2001. 2v.

_____. En torno a los orígenes del feudalismo. Buenos Aires: Eudesa, 1979. 3v.

SÁNCHEZ PORTOCARRERO, Diego. Nuevo Catálogo de los Obispos de la Santa Madre Iglesia de Sigüenza. Epílogo de sus más memorables acciones y de los sucesos seglares más señalados en el Obispado, colegido de graves autores y de instrumentos auténticos. Madrid: Imp. de Diego Díaz de la Carrera, 1646. (Faccímil)

_____. Antigüedad del Muy Noble y Leal Señorío de Molina. Historia y lista real de sus señores, príncipes y reyes. Madrid: Imprenta de Díego Díaz de la Carrera, 1641. (Faccímil)

SCOTT, Joan Wallach. Gender and Politics of History. New York: Columbia University Press, 1999.

VALDEÓN BARUQUE, Julio. El feudalismo. Madrid: Alba, 1999.

_____. El feudalismo hispánico en la historiografía reciente. Historia, instituciones, documentos, Sevilha, n. 25, p. 677-684, 1998.

Citação do verso “Eu estou remando rio acima por prazer” retirada de: BLANC, Aldir; BOSCO, João. Nada a desculpar. In: VIANNA, Luiz Fernando. Aldir Blanc: Resposta ao tempo (Vida e Letras). Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013. p. 217-218.

Downloads

Publicado

2016-12-29