“[...] palavras de constituição e brasileirismo na boca, [...] português e absoluto de coração [...]” : o prognóstico histórico de Barbacena e a crise do 7 de abril de 1831

Autores

  • Rafael Cupello Peixoto Programa de Pós-Graduação em História – Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPGH-UERJ)

DOI:

https://doi.org/10.9771/rvh.v11i1.47904

Palavras-chave:

Primeiro Reinado, Marquês de Barbacena, Abdicação

Resumo

O presente artigo visa debater a missiva de 15 de dezembro de 1830, escrita pelo marquês de Barbacena para o imperador D. Pedro I, indo para além do debate tradicional promovido sobre esse documento, isto é, de que a carta representava um símbolo da “nacionalidade brasileira” ultrajada pelo “português” D. Pedro I, bem como de que esta foi fruto de uma “profecia” de Barbacena como alardeado por seus biógrafos. Acreditamos que a missiva de Caldeira Brant serve como importante instrumento analítico que ajuda a elucidar as intrigas palacianas na corte de D. Pedro I e a identificar a disputa pela hegemonia do “campo político” imperial por parte das “facções” partidárias que compunham o quadro político do Primeiro Reinado.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AGUIAR, A. A. de. A vida do marquês de Barbacena. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1896. p. 810.

ANDERSON, B. Comunidades Imaginadas: reflexões sobre a origem e a difusão do nacionalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

BASILE, M. O laboratório da nação: a era regencial (1831-1840). In: GRINBERG, K.; SALLES, R. O Brasil Imperial, volume II: 1831-1840. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017. p. 53-120.

_____. Inventário analítico da imprensa periódica do Rio de Janeiro na Regência: perfil dos jornais e dados estatísticos. In: CARVALHO, J. M.; NEVES, L. M. B. P. das. Dimensões e fronteiras do Estado brasileiro no oitocentos. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2014. p. 37-62.

_____. Governo, nação e soberania no Primeiro Reinado: a imprensa áulica do Rio de Janeiro. In: CARVALHO, J. M de; PEREIRA, M. H; RIBEIRO, G. S.; VAZ, M. J. Linguagens e fronteiras do poder. Rio de Janeiro: Ed. da FGV, 2011. p. 172-185.

_____. O Império em construção: projetos de Brasil e ação política na corte regencial. 2004. 490f. Tese (Doutorado em História Social) – Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004.

BERNARDES, Denis A. de M. O Patriotismo Constitucional: Pernambuco, 1820-1822. São Paulo: Hucitec: Recife: UFPE, 2006.

BOBBIO, N. Dicionário de política. 1. ed. Brasília: Ed. da Universidade de Brasília, 1998. p. 242-246.

CALÓGERAS, P. O marquês de Barbacena. Brasília: Ed. da Universidade de Brasília, 1982.

CARVALHO, J. M. de; BASTOS L.; BASILE M (Org.). Guerra Literária: panfletos da Independência (1820-1823). Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 2014. v. 1-4.

_____. História intelectual no Brasil: a retórica como chave de leitura. Revista Topoi, Rio de Janeiro, n. 1, jan./dez. 2000. p. 123-152.

CAVALCANTI, A. O Meio Circulante Nacional. Resenha e compilação chronologica de legislação e de factos. Primeiro Volume (de 1808 a 1835). Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1893. p. 103-104.

COSER, I. O conceito de partido no debate político brasileiro (1820-1920). Ler História, v. 67, p. 25-45, 2015.

CUPELLO, R. O marquês de Barbacena: política e sociedade no Brasil Imperial (1796-1841). 2018. 396f. Tese (Doutorado em História Política) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2018.

HOBSBAWM, E. Nações e nacionalismo desde 1780: programa, mito e realidade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.

HOLANDA, S. B. de H. A herança colonial: sua desagregação. In: ______ (Org.). O Brasil monárquico, Tomo II: o processo de emancipação. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004. v. 4, p. 13-47.

KOSELLECK, R. Futuro Passado: contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto: Ed. da PUC-Rio, 2006. p. 305-327.

LUSTOSA, I. D. Pedro I: um herói sem nenhum caráter. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

LYNCH, C. E. C. Monarquia sem despotismo e liberdade sem anarquia: o pensamento político do Marquês de Caravelas (1821-1836). Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 2014.

MARQUES JÚNIOR, N. F. Os verdadeiros constitucionais, amigos do rei e da nação: áulicos, ideias, soberania na corte fluminense (1824-1826). 2013. 121f. Dissertação (História Política) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013. p. 26.

MATTOS, I. R. O gigante e o espelho. In: GRINBERG, K.; SALLES, R. O Brasil Imperial, volume II: 1831-1840. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017. p. 13-52.

______. O tempo Saquarema. São Paulo: Editora Hucitec, 2004.

Memórias oferecidas a Nação Brasileira pelo conselheiro Francisco Gomes da Silva. Londres: Impresso por L. Thompson, 19, Great St. Helens, 1831. Sala de Leitura Geral. H.G. 34613 V. Disponível em: <http://purl.pt/24757/4/hg-34613-v_PDF/hg-34613-v_PDF_24-C-R0150/hg-34613-v_0000_capa-capa_t24-C-R0150.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2017

MELLO, E. C. de. Rubro veio. O imaginário da restauração pernambucana. Rio de Janeiro: Topbooks, 1997.

______. A outra Independência. O federalismo pernambucano de 1817 e 1824. São Paulo: Editora 34, 2004.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA. INSTITUTO NACIONAL DO LIVRO. Organizações e programas ministeriais; regime parlamentar no império. 3. ed. Brasília: Departamento de Documentação e Divulgação, 1979. p. 25-31.

MOREL, M. Vestimentas patrióticas: identidade nacional e radicalismo político no Brasil em torno de 1831. In: CARVALHO, J. M de; PEREIRA, M. H; RIBEIRO, G. S.; VAZ, M. J. Linguagens e fronteiras do poder. Rio de Janeiro: Ed. da FGV, 2011. p. 155-171.

______. O período das Regências (1831-1840). Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003.

MOTA, C. G. Nordeste 1817: estruturas e argumentos. São Paulo: Perspectiva, 1972.

NEEDELL, J. D. Formação dos partidos políticos no Brasil da Regência à Conciliação, 1831-1857. Almanack Braziliense, São Paulo, n.10, p. 5-22, nov. 2009.

NEVES, L. M. B. P. das. Corcundas e Constitucionais: A cultura política da Independência (1820-1822). Rio de Janeiro: Revan: FAPERJ, 2003.

______. Opinião Pública. In: FERES, J. (Org.). Léxico da História dos Conceitos políticos do Brasil. Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 2009. p. 181-202.

OTÁVIO FILHO, R. Figuras do Império e da República. Rio de Janeiro: Livraria Editora Zélio Valverde, 1944.

PEREIRA, V. Ao Soberano Congresso: Direitos do cidadão na formação do Estado Imperial brasileiro (1822-1831). São Paulo: Alameda, 2010.

PINTO, L. M. da S. Diccionario da Lingua Brasileira por Luiz Maria da Silva Pinto, natural da Provincia de Goyaz. Na Typographia de Silva, 1832.

RIBEIRO, G. S. “A opinião pública tem sido o molho do pasteleiro”: o Caramuru e a conservação. In: CARVALHO. J. M.; CAMPOS, A. P. Perspectivas da cidadania no Brasil Império. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011. p. 255-256.

RIBEIRO, G. S. A liberdade em construção: identidade nacional e conflitos antilusitanos no Primeiro Reinado. Rio de Janeiro: Relume Dumará: FAPERJ, 2002.

______; PEREIRA, V. O Primeiro Reinado em revisão. In: GRINBERG, K.; SALLES, R. O Brasil Imperial, volume I: 1808-1831. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009. p. 137-173.

RODRIGUES, J. H. O Parlamento e a evolução histórica. Brasília: Senado Federal, 1972. v. 2, tomo I.

ROMANO, R. O pensamento conservador. Revista de sociologia, n. 3, p. 21-31, 1994.

SILVA, A. M. Diccionario da lingua portugueza – recompilado dos vocabularios impressos ate agora, e nesta segunda edição novamente emendado e muito acrescentado, por ANTONIO DE MORAES SILVA. Lisboa: Typographia Lacerdina, 1813.

SISSON, S. A. Galeria dos brasileiros ilustres. Brasília: Senado Federal, 1999. v. I, p. 83-100.

SOUSA, O. T. de. A vida de D. Pedro I. t. III. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército e Livraria José Olympio Editores, 1972.

VILLALTA, L. C. Pernambuco, 1817, “encruzilhada de desencontros” do Império luso-brasileiro. Notas sobre as ideias de pátria, país e nação. Revista USP, São Paulo, n. 58, p. 58-91, jun./ago. 2003

YOUSSEF, A. Imprensa e escravidão: Política e tráfico negreiro no Império do Brasil (Rio de Janeiro, 1822-1850). 2010. 299 f. Dissertação (Mestrado em História Social) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.

Downloads

Publicado

2018-08-04