Transgredindo as normas: o uso político dos coletes de emancipação

Autores

  • Laura Junqueira de Mello Reis Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

DOI:

https://doi.org/10.9771/rvh.v13i2.47436

Palavras-chave:

Coletes de Emancipação, Século XIX, Mulheres

Resumo

No presente artigo buscamos problematizar a relação das mulheres de meados da década de 1850 com a utilização da indumentária dita masculina, ou seja, aquela roupa que fora socialmente imposta aos homens, a exemplos das calças e coletes. Insatisfeitas com as condições sociais postas para as mulheres oitocentistas e sem encontrar espaços para contestar as normas, essas mulheres viram nas roupas uma maneira de reivindicação. Analisando essas situações a partir da imprensa feminina, em jornais como o Jornal das Senhoras, buscamos compreender a utilização desse tipo de roupas como uma ação política que configura, a partir do conjunto de normas e atitudes, uma cultura política. Para isso, tomamos os jornais como nossa principal fonte, investigamos a utilização desses trajes com base no conceito de cultura política e, por fim, utilizamos gênero como categoria de análise.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BARBOSA, Everton Vieira. Páginas de sociabilidade feminina: sensibilidade musical no Rio de Janeiro oitocentista. 2016. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade do Estado de São Paulo (UNESP), Assis, 2016.

BARROS, Surya Pombo de. Escravos, libertos, filhos de africanos livres, não livres, pretos, ingênuos: negros nas legislações educacionais do XIX. Educação e Pesquisa, São Paulo, vl. 42, n. 03, jul./set., 2016, np.

BARTHES, Roland. Sistema da moda. São Paulo: Ed Nacional, 1979.

BERSTEIN, Serge. A cultura política. In: RIOUX, Jean-Pierre ; SIRINELLI, Jean François. Para uma história cultural. Lisboa: Estampa, 1998, pp. 349-363.

BORGES, Camila; MONTELEONE, Joana; DEBON, Paulo (orgs). A história na moda, a moda na história. São Paulo: Alameda, 2019.

BOURDIEU, Pierre. O Poder Simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.

CALANCA, Daniela. História social da moda. 2º edição. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2011.

CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. Lisboa: Difusão Editora, 1988.

CRANE, Diana. Vestuário feminino como resistência não verbal: fronteiras simbólicas, vestuário alternativo e espaço público. In: ______. A moda e seu papel social: classe, gênero e identidade das roupas. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2006. Cap. 4, p. 197-268.

DIAS, Maria Odila Leite da Silva. Mulheres sem história. Revista de História, São Paulo, n. 114, jan./jun., 1983, pp. 31-45.

DUARTE, Constância L. Imprensa feminina e feminista no Brasil século XIX: dicionário ilustrado. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2016.

GONÇALES, Guilherme. Mulheres engravatadas: moda e comportamento feminino no Brasil, 1851-1911. São Paulo: Dissertação apresentada no FFLCH – USP, 2019.

HAHNER, June E. A mulher brasileira e suas lutas sociais e políticas (1850 –1937). São Paulo: Brasiliense, 1981.

LERNER, Gerda. A criação do patriarcado. São Paulo: Cultrix, 2019.

LERNER, Gerda. Placing Women in History: Definition and Challenges. In: Feminist Studies, Autumn, 1975, Vol. 3, No. 1/2 (Autumn, 1975), pp. 5-14.

MACEDO, Joaquim Manuel. Memórias da rua do Ouvidor. São Paulo: Saraiva, 1963.

MANSEL, Philip. Monarchy, uniform, and the rise of the frac 1760-1830. Past and Present, Londres, n. 96, 1982, pp. 103-132.

MOREL, Marco; BARROS, Mariana Monteiro de. Palavra, imagem e poder: O surgimento da imprensa no Brasil do século XIX. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

NOUN, Louise. Amelia Bloomer: a biography. The Annals of Iowa. Iowa: Vl. 07 n. 8, pp. 575- 621.

RÉMOND, René (dir.). Por uma história política. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ/Ed. FGV, 1996.

RIBEIRO, Heloar Vasconcelos; NERY, Maria Salete de Souza. Diferença de gênero nas roupas: o espartilho e a calça bloomer no século XIX. V Seminário Internacional enlaçando sexualidades. Anais enlaçando, Campina Grande: Realize Editora, 2017. Disponível em: <https://www.editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/30512>. Acesso em: 30 de agosto de 2020.

SCOTT, Joan Wallach. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 20, n. 2, jul.-dez., 1995, pp. 1-35.

Silva, Antônio Moraes. Dicionário da Língua Portuguesa. 6º edição. Lisboa: Tipografia de Antônio José da Rocha, 1858.

STOLCKE, Verena. Mulheres e trabalho. Disponível em: https://www.yumpu.com/pt/document/view/45705105/verena-stolcke-mulheres-e-trabalho-cebrap. 0 Acesso em: 21 de setembro de 2020.

THOMPSON, E. P. Costumes em comum. Estudos sobre a cultura popular tradicional. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

VEBLEN, Thorstein. A teoria da classe ociosa. São Paulo: Abril Cultural, 1989.

XIMENES, Maria Alice. Moda e arte na reinvenção do corpo feminino do século XIX. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2009.

Downloads

Publicado

2022-08-01

Edição

Seção

Artigos para Dossiê