<b>Fronteiras vulneráveis: teatro, performance e dança</b> <br>[Erika Gomes, Edson Fernando]

Resumo

Este artigo apresenta, sob a forma de conferências, o desenvolvimento de duas pesquisas de mestrado. Elegendo o confronto teórico (próprio do ato da conferência), o conceito de performance é discutido e analisado a partir das questões disparadas pelos interlocutores, tendo como objeto de investigação exatamente o lócus de pesquisa de Erika Gomes, isto é, o espetáculo de dança Por onde se vê, cujo referencial teórico encontra-se assentado no pensamento de Renato Cohen e Roselee Goldberg. A partir da mútua provocação entre os pesquisadores, a relação fronteiriça entre teatro, dança e performance na contemporaneidade, identificada por Hans-Thies Lehmann como "campo intermediário", vai se configurando como horizonte salutar dessas linguagens artísticas, pois, por se tratar de fronteiras vulneráveis, surge a possibilidade, tanto para o teatro quanto para a dança, de deixar de produzir uma obra como produto acabado, "coisificado", pronto para consumo contemplativo e de mero entretenimento, para então produzir, a partir da radicalização de procedimentos operada pela performance, uma obra processual que permita estabelecer uma intensa comunicação entre artistas e público.

This article presents, under the approach of dualistic conferences, the research that have been accomplished by two master students. Electing the theoric confrontation , the concept of performance , is contested and analyzed from the questions between the interlocutors, having as investigation object exactly the research scene from Erika Gomes, we mean, the show "por onde se vê", is based on the theoric referential from the ideas of Renato Cohen and Roselee Goldberg. Using as initial point , the mutual provocation between the researchers , the border relation between theater , dance and performance at the contemporaneity identified by Hans-Thies Lehmann as an 'intermediary field' , configurating as a salutar horizon from these artistic languages , as we are talking of vulnerable borders , there is a possibility as much for the theater as for the dance of ceasing the production of a finished artistic work , something made only for contemplative consumption only for entertainment, an then to produce from the radicalization of procedures operated by the performance, a procedural work that permits to establish an intense communication between artists and the public.