Não pensa, faz!
DOI:
https://doi.org/10.9771/rr.v1i39.45923Resumo
Gostaria de discutir aqui o que me parece um dos termos mais frequentes em aulas de atuação – mas também em processos criativos –, uma expressão que usamos sem pensar, uma espécie de hábito gramatical. Trata-se do famoso não pensa, faz!, um exemplar linguístico ou modelo enunciativo emblemático da separação entre teoria e prática no teatro. Como se trata de uma moeda que circula automaticamente entre nós, algo que falamos sem pensar, é raro que algum usuário seu defenda aquilo que a sentença realmente diz. O mais frequente é que se explique: “você entendeu o que eu quis dizer”. Tentarei aqui, portanto, compreender o que se costuma querer dizer quando se diz a um ator: não pensa, faz!. Concluindo que ao ator se faz necessário pensar fazendo – ou fazer pensando –, será preciso mostrar em que sentido o conceito é parte constituinte de sua experiência.
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