Transdramaturgias nas Artes do Corpo no Japão
DOI:
https://doi.org/10.9771/rr.v1i36.38046Palavras-chave:
Transdramaturgia, Performance transgênero, Transdimensionalidade, Artes do corpo no Japão.Resumo
A última década tem sido marcada por discussões que repensam a noção de dramaturgia a partir do surgimento de novas tecnologias e debates políticos. No Japão, este termo nunca foi amplamente usado, a não ser para obras concebidas por artistas Ocidentais. Entretanto, isto não significa que não exista uma dramaturgia nas experiências artísticas japonesas. Trata-se de uma epistemologia distinta para lidar com as relações entre texto e ação e, por isso, pede por outras abordagens. A proposta deste artigo é testar o termo transdramaturgia, tendo em vista buscar uma aproximação com alguns dispositivos lógico-afetivos identificados em experiências de artistas japoneses. Não se trata de impor uma nova classificação, mas sim, de chamar a atenção para uma lógica trans (não dicotômica), que evidencia como o processo dramatúrgico tem início antes da organização da cena artística (narrativas e gestos), durante a gênese de um pensar/sentir corpos e ambientes. Partimos de performances transgênero que desafiam a dicotomia masculino/feminino desde o Japão medieval; e de experimentos transdimensionais recentes, que negligenciam dicotomias entre real e ficcional, pessoa e objeto, radicalizando a noção de criação como insurgência de novos sentidos para a arte. Busca-se, assim, ampliar os debates sobre dramaturgia contemporânea.
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