Elogio à queda - o amor à gravidade e o corpo político em Contato Improvisação

Autores

  • Fernanda Hübner de Carvalho Leite Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Suzane Weber Silva Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.9771/r.v1i31.26577

Palavras-chave:

corpo, queda, contato improvisação, gravidade, dança

Resumo

Este artigo discorre sobre como o Contato Improvisação (CI), a partir da relação com o chão, com a queda e de como a horizontalidade pode nos ensinar outros modos de estar no mundo. Um caminho para dançar CI se dá pelo campo do sensível, da propriocepção, da escuta e da sobrevivência. Esta perspectiva aprofunda os processos de percepção de si, do outro, do espaço e de como a força da gravidade age sobre os corpos e a maneira como esses se organizam em relação à verticalidade. Esquivando da narrativa hegemônica da cultura sócio-econômica que elogia o alto, ambição de estar no “topo”, bem como comportamentos sociais habituais de tentativa de controle da verticalidade; na contra-mão desse pensamento,  a prática do CI propõe o exercício da desorientação, da queda e de amar a gravidade e a horizontalidade. Desse modo, essa prática pode proporcionar uma condição de resiliência que nos ajudam a sobreviver às inevitáveis quedas, sejam elas reais ou metafóricas. Estas práticas cotidianas no corpo de quem dança CI compõem poéticas que inscrevem ações políticas alternativas ao referido status quo.

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Biografia do Autor

Fernanda Hübner de Carvalho Leite, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Nasceu em 20 de março de 1974 em Porto Alegre. Atriz e bailarina desde 1992 tem atuado regularmente no teatro, cinema, tv, publicidade, eventos, espetáculos e performances. Formada em Biologia, tem especialização Lato Sensu em Pedagogias do Corpo e da Saúde ambos na UFRGS. É mestranda em Artes Cênicas pelo PPGAC- UFRGS. Recebeu 4 prêmios de Melhor Atriz e Atriz Coadjuvante no cinema além de prêmios para realização de montagem cênica e produção de festivais de dança. Dançou por cinco anos na Ânima Cia de Dança de Eva Shul.  Dedica-se desde 2001 na produção de Improvisação por Contato em Porto Alegre como bailarina, professora, pesquisadora e produtora do Festival Sul em Contato realizado desde 2009. Participou de performances com Nancy S.Smith, Andrew Harwood, Cristina Turdo, Ralf Jaroschinski entre outros. Publicou em 2005 o artigo Contato Improvisação (Contact Improvisation) um diálogo em dança, na Revista Movimento da UFRGS.


Suzane Weber Silva, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

PhD em Estudos e Práticas das Artes pela Université du Quebéc à Montréal (UQAM/Canandá/2010), Mestre em Ciências do Movimento Humano (1999) e Bacharel em Artes Cênicas com Habilitação em Interpretação Teatral(1992) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Desde 1994 é professora  do Departamento de Teatro e professora do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGAC/UFRGS). Bolsista da CAPES na área de dança com pesquisa desenvolvida no Canadá de 2004 a 2010. Nos últimos anos, tem participado como difusora e bailarina de festivais de Contato Improvisação no Brasil e exterior, tendo formação com Andrew Harwood, Ray Chang, Nancy Stark Smith e outros. Em 2013 e 2014, como atriz e bailarina, apresentou-se na intervenção urbana intitulada Cidade Proibida com direção de Patrícia Fagundes, participando do circuito SESC/POA e outros festivais.

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Publicado

2018-12-26

Como Citar

Leite, F. H. de C., & Silva, S. W. (2018). Elogio à queda - o amor à gravidade e o corpo político em Contato Improvisação. Repertório, 1(31). https://doi.org/10.9771/r.v1i31.26577

Edição

Seção

EM FOCO