Denúncia sobre o assassinato de Gisberta Salce em Indulgência Plenária de Alberto Pimenta
DOI:
https://doi.org/10.9771/peri.v1i10.28019Resumen
No ano de 2006, a transexual Gisberta Salce Júnior foi assassinada na cidade do Porto/Portugal, após ser torturada, humilhada e abusada sexualmente, durante três dias, por um grupo de rapazes, entre 12 e 16 anos, internos de uma oficina de acolhimento vinculada à Igreja Católica. Depois de considera-la morta, eles lançaram o corpo de Gisberta em um poço, acreditando que ela não pudesse ser facilmente encontrada. Porém, após a confissão de um dos garotos para uma professora da oficina, as autoridades policiais portuguesas tomarem ciência do ato. No relatório pericial da autopsia, considerou-se que a morte da Gisberta se deveu a água, e não aos sofrimentos vividos durante os três dias em que foi torturada pelo grupo de rapazes. Mais tarde, em julgamento junto ao Ministério Público português, os agressores foram inocentados, uma vez que a culpa da morte de Gisberta foi transferida para a água. Indignada, parte da sociedade portuguesa com a comunidade LGBTQ+, saíram às ruas para protestar por um novo julgamento. Além de reivindicar a criação da primeira lei contra crimes de ódio contra a diversidade sexual e de gênero. Neste mesmo momento, o poeta português Alberto Pimenta, publica o livro-poema, Indulgência Plenária (2013), em que leio como uma homenagem à Gisberta e denúncia ao Estado Português. Diante disso, pretendo refletir acerca da representação da denúncia contra a conclusão do julgamento no livro-poema de PIMENTA (2013), com base em AGAMBEN com O que resta de auschwitz? (2014), e na pergunta de BUTLER, “quando a vida é passível de luto? ”, realizada em Quadros de Guerra (2017).Descargas
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