Infância à penumbra: notas para uma meteorologia da moral

Autores

  • Eder Amaral Professor Assistente da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Campus Vitória da Conquista; Professor do Instituto Federal da Bahia (IFBA), Campus Vitória da Conquista. Doutor em Psicologia Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). http://orcid.org/0000-0003-0907-2812
  • Heliana de Barros Conde Rodrigues Professora Associada da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), vinculada ao Instituto de Psicologia/Departamento de Psicologia Social e Institucional. Doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo (USP).

DOI:

https://doi.org/10.9771/peri.v1i9.25781

Resumo

Entre 1968 e o início da década 1980, a atmosfera que envolvia o pensamento francês tornou possível a emergência de perspectivas éticas, estéticas e políticas cujas problematizações levaram a um radical questionamento do sentido e do valor da infância, pensada para além do seu estatuto social. Agitada pelas obras, ideias e intervenções de René Schérer, Guy Hocquenghem, Gilles Deleuze, Félix Guattari e Michel Foucault entre muitos outros, esta “cruzada das infâncias” configurou um campo de lutas que, a partir da década de 1980, se desvanece sob a cristalização de uma imagem pretensamente universal da criança como sujeito vulnerável e em desenvolvimento necessário rumo à idade adulta. Entre 1968 e o final dos anos 1970, os jornais, as prateleiras das livrarias, os cinemas e as salas de aula testemunham a efervescência de outras maneiras de pensar e viver com as crianças. Os episódios históricos que tornaram possível a enunciação deste conjunto de problemas evidenciam que a infância, antes mesmo de ser uma categoria etária ou um constructo teórico, é um território em disputa. Mas, uma vez que se trata de pensar uma realidade ausente, como colocá-la novamente em cena? Estas notas integram uma pesquisa que se propõe a mapear a meteorologia da moral que tornou simultaneamente possíveis e conjuradas as imagens de uma “infância à penumbra” no pensamento francês contemporâneo.

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Biografia do Autor

Eder Amaral, Professor Assistente da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Campus Vitória da Conquista; Professor do Instituto Federal da Bahia (IFBA), Campus Vitória da Conquista. Doutor em Psicologia Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Professor Assistente da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Campus Vitória da Conquista, vinculado ao Curso de Cinema e Audiovisual/Departamento de Filosofia e Ciências Humanas (Vínculo Principal, desde 2016);

Professor do Instituto Federal da Bahia (IFBA), Campus Vitória da Conquista (desde 2013).

Mestre em Psicologia Social e Política pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), cuja Dissertação ("Urbanesas errantes: experiência e teimosia nos riscos da cidade", NPPS/UFS, 2011) ensaia conexões entre experiência urbana, estudos da subjetividade, literatura e cinema.

Doutor em Psicologia Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), cuja pesquisa resultou na tese "A cruzada das crianças: constelações da infância à penumbra" (PPGPS/UERJ, 2016), na qual é traçada uma genealogia do problema da infância no pensamento francês contemporâneo, a partir do estudo historiográfico e da tradução para o português do livro Co-ire, album systématique de l'enfance (Coir, álbum sistemático da infância), de René Schérer e Guy Hocquenghem (1976).

Heliana de Barros Conde Rodrigues, Professora Associada da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), vinculada ao Instituto de Psicologia/Departamento de Psicologia Social e Institucional. Doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo (USP).

Professora Associada da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), vinculada ao Instituto de Psicologia/Departamento de Psicologia Social e Institucional. Doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo (USP).

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Publicado

2018-06-06

Como Citar

Amaral, E., & Rodrigues, H. de B. C. (2018). Infância à penumbra: notas para uma meteorologia da moral. Revista Periódicus, 1(9), 05–25. https://doi.org/10.9771/peri.v1i9.25781