“O São João é gay!!”: horizontes interpretativos sobre as perfomances trans na festa junina no Ceará
DOI:
https://doi.org/10.9771/peri.v1i6.20561Resumen
O presente artigo tem por objetivo tecer reflexões iniciais sobre as perfomances trans na festa junina no Ceará, particularmente a partir do protagonismo de travestis, drag queens e transexuais neste cenário, no ano de 2015. O recorte empírico, neste primeiro momento, toma por base o trabalho de campo em dois concursos nos quais foram escolhidas a Miss Caipira Gay 2015, promovido pela Quadrilha Ceará Junino, e os Destaques Fequajuce (Federação de Quadrilhas Juninas no Ceará) 2015, dentre eles a Rainha da Diversidade. Além dessa imersão, foi entrevistado o atual representante cearense no Primeiro Concurso Nacional para a escolha da Rainha Gay do Brasil, o qual performatiza a Diva Adriana Séfora. As performances trans nos festejos juninos ratificam o pressuposto teórico de que, sim, todas as identidades de gênero são instáveis e encerram possibilidades de agência e subversão por parte dos indivíduos, isso porque não estamos falando de uma simples encenação de um processo histórico em constante devir. A instabilidade dos binarismos assentados na lógica homem-macho e mulher-fêmea e gay e hétero confirmam o paradoxo do gênero nas festas juninas: as performances trans só devem ser consideradas subversivas quando puserem em xeque esses mesmos binarismos e não quando o reforçarem. Se não são de todo subversivas, pois não permitem a descaracterização da díade masculino/feminino, explícita por meio das coreografias e indumentárias, ao menos os desestabilizam.Descargas
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