Ser uma pessoa transgênera é ser um não-ser

Autores/as

  • Letícia Lanz

DOI:

https://doi.org/10.9771/peri.v1i5.17188

Resumen

Ser uma pessoa transgênera é ser um não-ser, alguém que mesmo tendo existência material não é socialmente reconhecida e legitimada. É o “olhar do outro” – ou seja, o olhar da sociedade – quem atesta o êxito ou o fracasso da pessoa transgênera em passar como membro do gênero oposto. Gênero e orientação social só sobrevivem como critérios de classificação e hierarquização dos seres humanos graças à permanente ratificação – ou contestação – do olhar do outro, que é, em última análise, o olhar de aprovação ou de reprovação da própria sociedade. Somente através do combate sistemático ao binarismo de gênero, às normas de conduta e aos estereótipos dele resultantes será possível assegurar, em longo prazo, a maior visibilidade social para as pessoas transgêneras que, finalmente, poderão manifestar livremente suas singulares expressões de gênero, e orgulhar-se delas, por mais discrepantes que sejam dos modelos oficiais de homem e mulher, instituídos e patrocinados pela ordem social vigente.

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Publicado

2016-07-15

Cómo citar

Lanz, L. (2016). Ser uma pessoa transgênera é ser um não-ser. Revista Periódicus, 1(5), 205–220. https://doi.org/10.9771/peri.v1i5.17188