O cinema como criador de próteses: uma análise díldica de Os rapazes das calçadas
DOI:
https://doi.org/10.9771/peri.v1i11.29254Abstract
Os anos da ditadura militar brasileira de 1964-1985 foram marcados, nas produções audiovisuais, por uma forte representação abjeta e cisheteronormativa das multidões sexopolíticas. Nossa premissa é a existência de linhas de fuga, em tais lógicas. Nos aproximamos de gêneros fílmicos produzidos na época – mais especificamente, a pornochanchada e a pornografia explícita –, para investigar tais questões. Elencamos, para a construção desta análise, a película Os rapazes das calçadas, lançada em 1981. Operamos a análise fílmica em diálogo com a interpretação do sonho, na psicanálise; mais precisamente, com a articulação entre trabalho do sonho e trabalho do filme, proposta por Thierry Kuntzel. Além disso, entendemos, em sintonia com Preciado, que o cinema consiste em uma prótese de sonhos. Tais próteses permitem deslocar a coincidência entre carne e corpo, assim como contrassexualizar o prazer narrativo-visual. Tecendo diálogos com as análises fílmicas, a psicanálise e a teoria queer, propomos pensar o cinema, além de prótese de sonho, sobretudo como criador de próteses. Nesse sentido, também propomos o deslocamento da análise fílmica, aqui, para o que chamamos de análise díldica, isto é, a prótese-dildo entendida a partir do cinema.Downloads
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