Profanar a saúde: será (im)possível um olhar queer?
DOI:
https://doi.org/10.9771/peri.v1i2.12888Abstract
Suturar o campo da saúde a uma perspectiva queer. Neste ensaio, tentaremos operar um desses procedimentos cirúrgicos complexos e cheios de incertezas quanto ao seu resultado final, mas que ainda sim, e talvez até por isso mesmo, fascinante em suas possibilidades não muito bem circunscritas e contingentes. Queremos neste ensaio revisitar, trilhar e explorar as pontes possíveis e encontros improváveis que a saúde pode percorrer com a crítica queer. Fazer a saúde se (re)inventar, se (re)arquitetar, se (re)(des)construir nesse (im)possível encontro com o queer, de modo a desestabilizar seu comprometimento biopolítico com uma política de normalizações e seu interesse por um disciplinamento dos sujeitos aos regimes identitários vigentes. Formatando dessa maneira um jogo que experimenta desativar esses dispositivos da saúde, para fazer deles um novo uso, para transformá-los em outra coisa, agenciando assim outras formas possíveis de agir, pensar, ver e fazer saúde. O que aconteceria se aplicarmos a noção de profanação ao universo da saúde? Afinal, seria possível um olhar queer sobre a saúde? Um olhar queer abriria um chamado para o signo do movimento em saúde, uma perspectiva que, se não quer oferecer rotas seguras ou caminhos traçados para trilhar, deseja a saúde enquanto experiência. Deseja observar o quanto o setor saúde tem se preparado para o encontro com a diferença, apontando para a precariedade intrínseca a normalização da saúde e apostando e potencializando suas debilidades. Queerizar a saúde pode significar, assim, um chamado, uma aposta em um processo de produção das diferenças em saúde como potências, o quanto os sentidos do campo da saúde projetam esperanças sobre nosso estatuto político.Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob Licença Creative Commons Attribution Noncommercial que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista, sendo vedado o uso com fins comerciais.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).