As “origens” da família

uma análise de teorias oitocentistas sobre a monogamia e a promiscuidade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9771/peri.v1i21.58760

Resumo

O artigo analisa os debates sobre a monogamia no período de configuração das ciências sociais, na segunda metade do século XIX, comparando as perspectivas de algumas de suas principais referências: Johann Bachofen, John McLennan, John Lubbock, Lewis Morgan, Friedrich Engels, Charles Letourneau, Charles Wake, e Edvard Westermarck. O argumento desenvolvido é que as teorias socioantropológicas dominantes nas décadas de 1860-1880 não concebiam a monogamia como uma realidade natural e universal, mas como um produto histórico que teria se originado a partir de um estado precedente de promiscuidade. No final do século XIX, a hipótese da promiscuidade originária foi gradualmente perdendo prestígio, sendo, então, suplantada pela problemática da natureza/instinto monogâmico ou poligâmico. O artigo permite contextualizar os saberes sobre a monogamia (re)produzidos no atual contexto acadêmico e político, abrindo espaço para reconhecer a historicidade dos nossos conceitos e formulações sobre o tema.

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Biografia do Autor

Antonio Pilão, Universidade de São Paulo

Doutor em Ciências Humanas e mestre em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia (PPGSA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pesquisador de pós-doutorado vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS) da Universidade de São Paulo (USP). O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (PDSE-CAPES) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (PDJ-CNPq).

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Publicado

2025-02-22

Como Citar

Pilão, A. (2025). As “origens” da família: uma análise de teorias oitocentistas sobre a monogamia e a promiscuidade. Revista Periódicus, 1(21), 219–244. https://doi.org/10.9771/peri.v1i21.58760

Edição

Seção

Dossiê 21 - Desafiar a monogamia: biopolíticas emergentes das dissidências relac