Sobre a “mundiça” e as “bichas cocotes”

georreferenciação e classe social nos circuitos gay do Recife

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9771/peri.v1i18.49832

Resumo

Este artigo se trata da georreferenciação da sociabilidade de homens com práticas homossexuais na região metropolitana do Recife (RMR), fruto de etnografia produzida por meio de observações participantes, entrevistas e inquérito comportamental. Os lugares mais referidos são boates e bares e estão localizados no centro da capital pernambucana. A frequentação dos espaços apresenta marcações de idade, estado civil, religião, trabalho e classe social. Demos ênfase à classe social e tomamos como objeto as duas boates mais citadas: MKB e Metrópole. A primeira é descrita como suja e nojenta, frequentada por ‘promíscuos’, que curtem darkroom (quarto escuro para sexo), pela ‘mundiça’ (pobres) mal vestida e de precária higiene, por ‘pocs’ – ‘bichas’ pobres e efeminadas. A Metrópole como da elite, luxuosa e bem frequentada por ‘bichas cocotes’ (elegantes). O processo de estigmatização que confere sentido aos lugares tem a ver com os componentes de escolarização de classe social e se utiliza de marcadores de categorias estigmatizadas em dois outros sistemas – ‘poc’/efeminados/gênero e darkroom/promíscuos/sexualidade.

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Biografia do Autor

Luís Felipe Rios, Universidade Federal de Pernambuco

Professor Titular do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Pernambuco, onde coordena o Laboratório de Estudos da Sexualidade Humana – LabEshu. É bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq, possui graduação em Psicologia (UFPE), mestrado em Antropologia (UFPE) e Doutorado em Saúde Coletiva (IMS/UERJ).

 

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Publicado

2023-01-16

Como Citar

Rios, L. F., & Fontes Vieira, L. L. (2023). Sobre a “mundiça” e as “bichas cocotes”: georreferenciação e classe social nos circuitos gay do Recife. Revista Periódicus, 1(18), 217–250. https://doi.org/10.9771/peri.v1i18.49832