AS DISPUTAS PELA DIREÇÃO DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL (1980-2012)

Autores

  • Bárbara Cristina Pupio

DOI:

https://doi.org/10.9771/gmed.v6i1.9512

Palavras-chave:

Modo de produção capitalista, Políticas educacionais, Formação de professores, Divisão da formação, Educação Física.

Resumo

Esta dissertação, vinculada à Linha de Pesquisa Trabalho e Formação em Educação Física do Programa de Pós-Graduação Associado em Educação Física UEM/UEL, que leva por título As disputas pela direção da formação de professores de Educação Física no Brasil (1980-2012) tem por objetivo investigar, na formação social brasileira, como se produziu a divisão da formação de professores de educação física no período 1980-2012, localizando as disputas na direção da formação e o estágio de desenvolvimento das forças produtivas a que esta formação atende. Considerou-se o processo de divisão da formação em Licenciatura e Bacharelado advindo por meio de políticas educacionais na década de 1980, enfocando os debates que levaram à produção das Resoluções 03/87 e 04/2004 que orientam a formação dos professores de educação física. Esta pesquisa trata do processo de produção destas resoluções, recuperando (a) os grupos políticos que disputaram a direção da formação estabelecida nestas resoluções; (b) as posições que estes grupos políticos defendiam; (c) as relações destas posições com interesses econômicos muito concretos. Através da concepção materialista e dialética da história e a partir da revisão bibliográfica, análise documental e realização de entrevistas semiestruturadas podemos concluir que, o processo de reformulação curricular, tanto a Resolução 03/87 quanto a Resolução 07/04, foram desencadeados por disputas pela direção da formação em educação física expressas em propostas de formação distintas. As disputas travadas atualmente no que se refere à formação de professores de educação física indicam um acirramento dos embates, tendo em vista a realidade mais ampla, de crise do modo de produção capitalista e o processo de precarização do trabalho e do trabalhador, e em específico, os interesses concretos de diferentes segmentos em torno dos elementos da cultura corporal e, portanto, da educação física. Hoje, os embates continuam a ser representados por dois projetos distintos de formação: de um lado, aqueles que defendem a formação hegemônica fundamentada na divisão da formação em licenciatura e bacharelado, no movimento humano como sendo o objeto de estudos da educação física e no desenvolvimento de competências e habilidades com vistas a formar para o mercado, representado no posicionamento do CONFEF, apoiado pelo CBCE, Ministério do Esporte e a COESP, mesmo tendo divergências em certas posições uniram forças para lograr hegemonia na condução da formação em educação física; de outro lado, aqueles que reivindicam a revogação das atuais diretrizes em defesa da formação unificada, reconhecida na proposta da licenciatura ampliada que traz como matriz científica da educação física a história do homem e da natureza, o trabalho como categoria fundante do ser humano e como princípio educativo, considera a cultura corporal o objeto de estudos da área e pauta a formação humana omnilateral, proposta defendida pelo MEEF, MNCR e alguns grupos de pesquisas no interior das IES.

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Biografia do Autor

Bárbara Cristina Pupio

Graduada em Educação Física pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), tem especialidade na Teoria Histórico-Cultural pelo Departamento de Psicologia da UEM. Mestre em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação Associado em Educação Física UEM/UEL.

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Publicado

2014-07-03

Como Citar

Pupio, B. C. (2014). AS DISPUTAS PELA DIREÇÃO DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL (1980-2012). Germinal: Marxismo E educação Em Debate, 6(1), 279. https://doi.org/10.9771/gmed.v6i1.9512

Edição

Seção

Teses e Dissertaçoes: Resumos