As raízes autoritárias e ideológicas do Novo Ensino Médio: o legado renitente da ditadura civil-empresarial-militar na educação brasileira
DOI:
https://doi.org/10.9771/gmed.v16i1.58926Palavras-chave:
Novo Ensino Médio, Escola sem Partido, Ditadura civil-empresarial-militar, Hegemonia, IdeologiaResumo
O presente artigo busca demonstrar as vinculações históricas existentes entre o Novo Ensino Médio e as políticas e diretrizes educacionais estabelecidas pelos governos da ditadura civil-empresarial-militar. Não obstante, a atual reforma seja propagada com caráter modernizante e inovador, suas proposições assentam-se em paradigmas que possuem referencial no regime militar. Pretende-se com o paralelo estabelecido, desmistificar as intenções do Novo Ensino Médio e evidenciar o sentido classista e ideológica que lhe reveste, característica permanente na história da educação brasileira.
Downloads
Referências
APPLE, Michael W. Currículo e Ideologia. São Paulo: Brasiliense, 1982.
BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1996.
BORGES, Vanessa Maria de. Inserção internacional às avessas: ensino superior na periferia do capitalismo. Salvador, 2018, 273f. Tese (Doutorado). Universidade do Estado da Bahia. Campus I. Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade.
BLOCH, Marc Leopold Benjamin; BLOCH, Étienne. Apologia da história, ou, o ofício de historiador. Rio de Janeiro: J. Zahar, 2021.
BRASIL. Decreto-lei 547/1969. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1965-1988/del0547.htm Acesso em: 18/09/2023.
BRASIL. Decreto-lei 869/1969. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1965-1988/del0869.htm Acesso em: 18/09/2023.
BRASIL. Lei 5.692/1971. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5692.htm#:~:text=LEI%20No%205.692%2C%20DE%2011%20DE%20AGOSTO%20DE%201971.&text=Fixa%20Diretrizes%20e%20Bases%20para,graus%2C%20e%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias Acesso em: 18/09/2023.
BRASIL. Lei 13.415/2017. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13415.htm Acesso em: 20/05/2023.
CARDOSO, Ciro. Uma introdução à História. São Paulo, Brasiliense, 1988.
DECKER, Aline; EVANGELISTA, Olinda. Educação na Lógica do Banco Mundial: formação para a Sociabilidade Capitalista. Roteiro, Joaçaba, v. 44, n. 3, p. 1-24, set./dez. 2019.
DREIFUSS, Rene Armand. 1964: a conquista do estado: ação política, poder e golpe de classe. 5ª ed. Petrópolis: Vozes, 1987.
Escolas estaduais ofertam ao menos 1.526 disciplinas no novo ensino médio. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2023/03/escolas-estaduais-ofertam-ao-menos-1526-disciplinas-no-novo-ensino-medio.shtml Acesso em: 18/09/2023.
FERREIRA, Carlos Augusto Lima. A FORMAÇÃO E A PRÁTICA DOS PROFESSORES DE HISTÓRIA: enfoque inovador, mudança de atitudes e incorporação das novas tecnologias nas escolas públicas e privadas do estado da Bahia, Brasil. Barcelona, 2004, 363f. Tese (Doutorado em Educação) – Departamento de Pedagogía Aplicada da Universitat Autònoma de Barcelona.
FERREIRA, Carlos Augusto Lima. Ensinar história em tempos virtuais: as redes e a intolerância. In.: VÁZQUEZ, Georgiane Garabely Heil; DENIPOTI, Cláudio (Orgs.). Tempos de transição. Porto Alegre, RS: Editora Fi, 2019.
FERRETTI, Celso João. A reforma do Ensino Médio e sua questionável concepção de qualidade da educação. ESTUDOS AVANÇADOS, São Paulo, 32 (93), 2018.
FONSECA, Selva Guimarães. Caminhos da história ensinada. Campinas, SP: Papirus, 2001.
FONSECA, Thais Nívia de Lima e. História & ensino de história. Belo Horizonte: Autêntica, 2011.
FREITAG, Barbara. Escola, Estado e sociedade. 3. ed. rev. São Paulo, SP: Moraes, 1978.
GALEANO, Eduardo. O Livro dos Abraços. Porto Alegre: L&PM, 2020.
GRAMSCI, Antonio. Cadernos do Cárcere, volume 2: Os intelectuais, O princípio educativo, Jornalismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.
GRAMSCI, Antonio. Cadernos do Cárcere, volume 3: Maquiavel: Notas sobre o Estado e a Política. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.
MAGALHÃES, Marcelo de Souza. Apontamentos para pensar o ensino de História hoje: reformas curriculares, Ensino Médio e formação do professor. Tempo, Rio de Janeiro, v. 11, n. 21, p. 49-64, jun. 2006.
MANACORDA, Mario. Marx e a pedagogia moderna. Campinas: Alínea, 2010.
MÁRQUEZ, Gabriel García. A Solidão da América Latina. Conferência Nobel apresentada em 8 de dezembro de 1982. Tradução de G. J. Creus para o texto disponível em http://www.nobelprize.org/nobel_prizes/literature /laureates/1982/marquez-lecture-sp.html . Áudio em espanhol disponível em http://www.nobelprize.org/mediaplayer/index.php?id=1496 .
MENDONÇA, Samuel; FIALHO, Wanessa Cristiane Gonçalves. Reforma do Ensino Médio: velhos problemas e novas alterações. Rev. educ. PUC-Camp., Campinas, 25: e204626, 2020.
NAGIB, Miguel. Parecer de constitucionalidade do movimento Escola Sem Partido. Disponível em: http://escolasempartido.org/wp-content/uploads/2018/02/pfesp.pdf Acesso em: 18/09/2023.
Realidade das escolas públicas impede execução do Novo Ensino Médio. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/opiniao/coluna/2023/03/15/realidade-das-escolas-publicas-impede-execucao-do-novo-ensino-medio.htm?cmpid=copiaecola Acesso em: 18/09/2023.
TOLEDO, Maria Rita de Almeida. O Ensino Médio no Brasil: uma história de suas finalidades. In: MACHADO, André Roberto; TOLEDO Maria Rita de A. (Orgs.). Golpes na História e na escola: o Brasil e a América Latina nos séculos XX e XXI. São Paulo: Cortez; ANPUH, 2017. p. 178-198.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Germinal: marxismo e educação em debate
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autoras e autores que publicam na revista Germinal: marxismo e educação em debate concordam com os seguintes termos:
- Mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista;
- Têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista;
- Têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).