Raízes do feminismo político e embates atuais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.9771/gmed.v12i1.38134

Palavras-chave:

feminismos, marxismo, socialismo

Resumo

A atual proliferação de grupos e ativistas feministas em vários países da América do Sul demonstra o vigor das reivindicações das mulheres na cena política, quer seja em manifestações de rua; nos movimentos estudantis, LGBTs; na luta antirracista. Este artigo parte da hipótese de que, não obstante a importância indiscutível das reivindicações e lutas do século XIX, a verdade é que somente no século XX que o feminismo colocou-se como movimento social com um projeto de transformações da sociedade. É na segunda metade do século XX, no período da pós guerra mundial, que as feministas elaboraram suas teorias contra o biologismo das ciências sociais e contra o androcentrismo acadêmico. Nos países do Cone Sul, que sofreram anos de ditaduras militares, os movimentos de mulheres tiveram uma importância crucial na denúncia dos crimes das ditaduras e no processo de reconstrução da democracia. Não obstante sua concordância em temas fundamentais, as feministas podem ser agrupadas em dois blocos no que concerne à questão do capitalismo. O feminismo político privilegia uma perspectiva da contradição de classes e da necessária superação do capitalismo. Ao mesmo tempo enfatizam a tese de que é a partir das suas lutas, enquanto trabalhadoras exploradas; enquanto vítimas da violência sexual; enquanto oprimidas por duas ou mais jornadas de trabalho que as mulheres conseguiram sua emancipação.

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Biografia do Autor

Maria Lygia Quartim de Moraes, Universidade Federal de São Paulo - Campus Baixada Santista

Maria Lygia Quartim de Moraes, socióloga e feminista, é professora titular aposentada da Unicamp e professora Visitante na Unifesp-Baixada Santista.

Referências

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Publicado

2020-08-16

Como Citar

Moraes, M. L. Q. de. (2020). Raízes do feminismo político e embates atuais. Germinal: Marxismo E educação Em Debate, 12(1), 08–23. https://doi.org/10.9771/gmed.v12i1.38134