SUBVERSÃO E RESISTÊNCIA EM QUERIDA KONBINI, DE SAYAKA MURATA
DESAFIANDO OS ESTEREÓTIPOS DE GÊNERO DA SOCIEDADE JAPONESA
Resumo
Neste trabalho será explorado como a narrativa Querida Konbini, de Sayaka Murata, oferece uma perspectiva peculiar sobre a experiência social das mulheres no Japão. A obra é narrada em primeira pessoa a partir da perspectiva da personagem Keiko Furukura, uma mulher de 36 anos, solteira, funcionária de uma Konbini (loja de conveniências no Japão) e que nunca teve um relacionamento amoroso. No decorrer da pesquisa, será exemplificado quais são as características de Keiko que fazem dela uma figura incomum, considerada desajustada em relação à performance esperada de uma mulher e como essas características se tornam elementos de resistência e subversão. Com intuito de embasar as discussões sobre os moldes femininos esperados dentro da sociedade japonesa no romance de Murata, serão utilizadas as pesquisas de Hafizh e Herlina (2022). Sobre as questões de gênero, performance e padronização dos corpos, serão utilizadas as reflexões de Judith Butler (2019) e, com relação ao papel do trabalho da personagem em uma loja de conveniência como representação de autonomia, será levada em consideração a pesquisa de Nicolai (2018). A partir das análises feitas, constatou-se como a personagem Keiko desafia os estereótipos de gênero impostos no contexto sociocultural japonês por meio de comportamentos particulares e considerados subversivos.
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Referências
BUTLER, Judith. Atos performáticos e a formação dos gêneros: um ensaio sobre Fenomenologia e teoria feminista. In: HOLLANDA, Heloisa Buarque de (Org.). Pensamento feminista: conceitos fundamentais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019. p. 222-240.
MURATA, Saraka. Querida konbini. Tradução: Rita kohl. São Paulo: Estação liberdade, 2019.
NICOLAEI, Raluca. The Modern Shape-shifter Maiden in Sayaka Murata’s Convenience Store Woman. Dialogos, vol. 35, 2018, p.41-55.
HAFIZH, Muhd Al. HERLINA, Mutiara Oktavia. Woman stereotype in the novel Convenience store woman by Sayaka Murata (2016). JELL, Vol. 11 No. 3. Setembro, 2022, p. 276 -284.