DIÁRIO SELVAGEM DE CARLINHOS OLIVEIRA: INCIDENTES DA ESCRITA
Resumo
As produções literárias são eficientes ferramentas para ficcionalizações, bem como para a construção de registros históricos de um povo e sua época. Desse modo, neste artigo objetivou-se a consideração acerca da relação que o sujeito, mediante o corpo adoecido, estabelece com a “escrita de si”, especificamente José Carlos Oliveira a partir do livro “Diário selvagem: o Brasil na mira de um escritor atrevido e inconformista” da década 1970. Desse modo, por intermédio da relação que Carlinhos Oliveira estabelece entre a potencialidade da escrita com a construção do corpus literário, analisa-se como isso se reflete na própria construção do sujeito enquanto escritor. Para isso, a leitura do diário foi definitiva para a possibilitação do trabalho, junto com o estudo do referencial teórico a partir de “A escrita de si” de Michel Foucault e “Inéditos, vol. I: teoria” de Roland Barthes. Assim, buscou-se entender como a manifestação do corpo doente evidencia a construção ficcional do autor através do seu diário produzido, o que se define através da verificação nos escritos da constituição do sujeito que a escreve.