UM OLHAR SOBRE A LITERATURA BRASILEIRA E OS PSICOATIVOS: IRACEMA E A BELLE ÉPOQUE CARIOCA DE JOÃO DO RIO
Palavras-chave:
Literatura brasileira, Psicoativos, Crítica literária.Resumo
Com este artigo, proponho pensar nas possibilidades da Crítica literária em torno da presença dos psicoativos no texto literário e no discurso estético em geral. Para tanto, o texto se debruça sobre dois momentos distintos da produção literária brasileira: o romance indianista Iracema, de José de Alencar ([1865] 2016), e duas crônicas de João do Rio ([1905; 1910] 2006a; 2006b), retiradas do livro Cocaína, literatura e outros companheiros de ilusão, organizado por Beatriz Resende (2006a). A escolha da prosa romântica deve-se à presença da planta psicoativa jurema, na narrativa, e como ela mobiliza o enredo. As prosas do cronista carioca, por sua vez, aludem a narrativas que foram historicamente apagadas, sendo um dos motivos o foco dado ao ópio e à morfina nestas. Os textos literários, ademais, fizeram com que eu recorresse a miradas teóricas distintas, com, por um lado, a busca por uma outra epistemologia (VIVEIROS DE CASTRO, 2013a; 2013b), capaz de trazer novas leituras a uma obra amplamente revisitada, e, por outro, pelo procedimento intertextual (BAKHTIN, 2003; NITRINI, 2015), ao colocar textos sobre psicoativos em diálogo ao longo do exercício crítico. Ao fim, entendo que este espectro de possibilidades não se configure como uma contradição, mas, pelo contrário, expresse a multiplicidade de contribuições que a Crítica literária brasileira pode aportar aos estudos sobre as substâncias psicoativas.
Com este artigo, proponho pensar nas possibilidades da Crítica literária em torno da presença dos psicoativos no texto literário e no discurso estético em geral. Para tanto, o texto se debruça sobre dois momentos distintos da produção literária brasileira: o romance indianista Iracema, de José de Alencar ([1865] 2016), e duas crônicas de João do Rio ([1905; 1910] 2006a; 2006b), retiradas do livro Cocaína, literatura e outros companheiros de ilusão, organizado por Beatriz Resende (2006a). A escolha da prosa romântica deve-se à presença da planta psicoativa jurema, na narrativa, e como ela mobiliza o enredo. As prosas do cronista carioca, por sua vez, aludem a narrativas que foram historicamente apagadas, sendo um dos motivos o foco dado ao ópio e à morfina nestas. Os textos literários, ademais, fizeram com que eu recorresse a miradas teóricas distintas, com, por um lado, a busca por uma outra epistemologia (VIVEIROS DE CASTRO, 2013a; 2013b), capaz de trazer novas leituras a uma obra amplamente revisitada, e, por outro, pelo procedimento intertextual (BAKHTIN, 2003; NITRINI, 2015), ao colocar textos sobre psicoativos em diálogo ao longo do exercício crítico. Ao fim, entendo que este espectro de possibilidades não se configure como uma contradição, mas, pelo contrário, expresse a multiplicidade de contribuições que a Crítica literária brasileira pode aportar aos estudos sobre as substâncias psicoativas.
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Referências
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