WANDA HANKE E O ESTUDO DAS LÍNGUAS INDÍGENAS NA AMÉRICA DO SUL

Autores

  • Beatriz Furlan Toledo Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Palavras-chave:

Wanda Hanke, Línguas indígenas, Mulheres na ciência

Resumo

Este artigo busca apresentar a trajetória da pesquisadora austríaca Wanda Hanke e a sua importante contribuição para os estudos tanto linguísticos, quanto etnográficos dos povos indígenas na América do Sul, com foco especial para sua contribuição com registros entre os povos indígenas no Brasil. Durante as décadas de 30 e 50, Hanke esteve entre muitos povos indígenas brasileiros, registrando informações que foram e ainda são materiais muito importantes para o conhecimento linguístico e também cultural desses povos. A pesquisadora trabalhou em parceria com alguns linguistas e historiadores e foi uma das poucas mulheres que se arriscaram em uma área que até então era predominantemente ocupada por homens. Enfrentou muitas dificuldades ao procurar apoio e financiamento para suas expedições, buscando recursos e viajando por conta própria. Além de apresentar as adversidades que o cenário científico impunha às mulheres naquele período, busca-se, nesse artigo, mostrar algumas reflexões sobre a linguagem, sob um ponto de vista com pouquíssimo espaço no século XX.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Beatriz Furlan Toledo, Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Possui graduação em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas. Mestranda em Linguística pelo Instituto de Estudos da Linguagem da UNICAMP. Em sua pesquisa de Iniciação Científica financiada pela FAPESP trabalhou com o mito de origem Xokleng registrado por Wanda Hanke. Atualmente é bolsista CAPES e pesquisa a família linguística Jê, do tronco linguístico Macro-Jê. 

Referências

D’ANGELIS, Wilmar da Rocha. (2003). O primeiro século de registro da língua Kaingang (1842-1950): valor e uso da documentação etnográfica. III Encontro Macro-Jê- Conferência de Encerramento. Brasília: UnB, dez.2003. Publicado em: http://www.portalkaingang.org/Primeiros100anos.pdf

DANIELSEN, Swintha; GASPARINI, Noé. News on the Jorá (Tupí-Guaraní): sociolinguistics, description, and classification. Boletim Museu. Paraense Emílio Goeldi. Ciências humanas, Belém, v. 10, n. 2, p. 441-466, Agosto de 2015.

ELIADE, Mircea. Mito e realidade. São Paulo: Perspectiva, 2000.

GUDSCHINSKY, Sarah C. (1974). Fragmentos de Ofaié - A descrição de uma língua extinta. Brasília: Summer Institute of Linguistics (Tradução de Miriam Lemle), Série Lingüística nº 3, 1974.

HANKE, Wanda. (1947). Apuntes sobre el idioma Caingangue de los Botocudos de Sta. Catarina, Brasil. Arquivos do Museu Paranaense v. 6, p. 61-97.

HANKE, Wanda; SWADESH, Morris; RODRIGUES Aryon D. (1958). Notas de fonologia Mekens. Miscellanea Paul Rivet Octogenario Dicata. p 187-217. XXXI Congreso Internacional de Americanistas, Universidad Nacional Autónoma de México.

HANKE, Wanda. (1959). Neznámý indiánský kmen na jezeře Jorá v Bolivii. Československá ethnografie, n. 7, p. 146-156.

HANKE, Wanda. (1964). Völkerkundliche Forschungen in Südamerika. Kulturgeschichtliche Forschungen, 11. Braunschweig: Albert Limbach Verlag.

Liener, S. M. Wanda Hanke (1893 – 1958) - Eine österreichische ethnologin in südamerika. Diplomarbeit - Universität Wien: Áustria, 2010.

LOUKOTKA, Čestmír. (1963). Documents et vocabulaires inédits de langues et de dialectes sud-américains. Journal de la Société des Américanistes, n. 52, p. 7-60.

SOMBRIO, Mariana Moraes de Oliveira. (2014). Em busca pelo campo: ciências, coleções, gênero e outras histórias sobre mulheres viajantes no Brasil em meados do século XX. Campinas: IG-UNICAMP. (Tese de Doutorado).

Downloads

Publicado

2018-12-31

Como Citar

Furlan Toledo, B. (2018). WANDA HANKE E O ESTUDO DAS LÍNGUAS INDÍGENAS NA AMÉRICA DO SUL. Revista Inventário, (22), 29–36. Recuperado de https://periodicos.ufba.br/index.php/inventario/article/view/23466

Edição

Seção

Artigos