CARLOS CÂMARA E A ALVORADA DO TEATRO NACIONAL: TRADIÇÃO, MODERNIDADE, CULTURA, HISTÓRIA E MEMÓRIA; O CEARÁ CONTADO, RECONTADO E CANTADO EM A BAILARINA E O CASAMENTO DA PERALDIANA.

Autores

  • Francisco Wellington Rodrigues Lima Universidade Federal do Ceará

Palavras-chave:

Teatro Cearense, Carlos Câmara, Nacionalismo

Resumo

Falar sobre o teatro cearense, a nível nacional, era algo quase que inexistente na história do teatro brasileiro, pois tratava-se de um teatro longínquo, visto, na maioria das vezes, de forma preconceituosa, simples e repleto de dificuldades; um teatro esquecido e considerado regional. Mesmo com um certo crescimento de qualidade na dramaturgia brasileira, não se falava, a nível Brasil, do teatro produzido, por exemplo, no Piauí, no Amazonas, na Paraíba e nos demais lugares do Brasil, uma vez que o teatro brasileiro se resumia ao eixo Rio-São Paulo. Conforme aponta Costa (2014), “timidamente”, o restante do Brasil, por volta dos anos de 1960/1970, começará a ser mencionado em livros que falam sobre a história do teatro brasileiro, como a Pequena História do Teatro Brasileiro, de Cacciaglia (1986), O Teatro no Brasil, de J. Galante de Souza (1960) e, Um Teatro Fora do Eixo, de Fernando Peixoto (1997). E, no que se refere ao Ceará, cita-se apenas o nome de José de Alencar e algumas de suas obras dramatúrgicas (O Demônio Familiar (1857); As Asas de Um Anjo (1958); Mãe (1860) e outras). Infelizmente, não encontramos outros nomes cearenses a ser explorado pelos estudiosos, como o de Carlos Câmara, Silvano Serra, Paurillo Barroso, Juvenal Galeno, Pápi Júnior, Eduardo Campos, dentre outros. Diante do exposto, é que agora, felizmente, iremos abordar o teatro de Carlos Câmara e duas de suas importantes burletas – A Bailarina (1919) e O Casamento da Peraldiana (1919) -, encenadas e produzidas aqui, no Ceará, demostrando assim, a existência, fora do eixo Rio-São Paulo, de um teatro de cunho nacional de qualidade e de eloquência; a existência de um teatro que não deixaria, de forma alguma, a desejar, se tivesse tido a oportunidade de circular pelo pais, assim como aconteceu com as grandes companhias do seu tempo que, a grosso modo, encenavam obras e/ou peças de dramaturgos, na maioria das vezes, estrangeiros.

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Biografia do Autor

Francisco Wellington Rodrigues Lima, Universidade Federal do Ceará

Francisco Wellington Rodrigues Lima é Doutorando em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC); Mestre, Especialista em Estudos Clássicos e Graduado em Letras pela mesma universidade. Atualmente é Professor Substituto do Instituto Federal do Ceará (IFCE) e Bolsista FUNCAP. É ator, diretor e dramaturgo da Cia. Teatral Moreira Campos.  É membro do Grupo GERLIC- Grupo de Estudos Residuais em Literatura e Cultura. E-mail: wellrodrigues2012@yahoo.com.br

Referências

CACCIAGLIA, Mário. Pequena História do Teatro Brasileiro. São Paulo: EDUSP, 1986.

COSTA, Marcelo Farias. A Cronologia do Teatro Cearense. Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora, 2014.

_________. Era uma vez um grêmio: o teatro musical de Carlos Câmara e a construção do teatro cearense. Fortaleza: Capricórnio Produções, 2014.

_________. Teatro em Primeiro Plano. Fortaleza: Grupo Balaio; Casa da Memória Equatorial, 2007.

________. História do Teatro Cearense. 2 ed. Revista e aumentada. Fortaleza: Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora, 2017.

CÂMARA, Carlos Torres. Teatro: Obra Completa. Prefácio e Comentários de Marcelo Costa e Ricardo Guilherme. Fortaleza: Academia Cearense de Letras, 1979.

PAVIS, Patrice. Dicionário de Teatro. Tradução e organização de J. Guinsburg e Maria Lúcia Pereira. São Paulo: Perspectiva, 1999.

PEIXOTO, Fernando. Um Teatro Fora do Eixo. São Paulo: HUCITEC, 1997.

SOUZA, J. Galante de. O Teatro no Brasil. Rio de Janeiro: Ministério da Educação, 1960.

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Publicado

2018-12-31

Como Citar

Lima, F. W. R. (2018). CARLOS CÂMARA E A ALVORADA DO TEATRO NACIONAL: TRADIÇÃO, MODERNIDADE, CULTURA, HISTÓRIA E MEMÓRIA; O CEARÁ CONTADO, RECONTADO E CANTADO EM A BAILARINA E O CASAMENTO DA PERALDIANA. Revista Inventário, (22), 99–118. Recuperado de https://periodicos.ufba.br/index.php/inventario/article/view/23371

Edição

Seção

Artigos