Compartimentações morfológica e antrópica na Lapa de Antônio Pereira, Ouro Preto, Minas Gerais
DOI:
https://doi.org/10.9771/geo.v0i2.62693Palavras-chave:
Espeleologia, Compartimentação, Lapa de Antônio PereiraResumo
Este artigo cuida das compartimentações morfológica e antrópica da Lapa de Antônio Pereira, localizada em Ouro Preto (MG) e utilizada para fins religiosos desde o século XVIII. A elaboração de modelos conceituais de compartimentações morfológica e antrópica decorre de análises de campo e de gabinete, precedidas pelo reconhecimento do uso antrópico historicamente consolidado. Os modelos se distinguem entre segmentação e compartimentação morfológicas, baseados na distância ao acesso e no formato da cavidade, de iluminância, conforme técnica de interpolação, e de compartimentação antrópica em razão da diferenciação espacial dos usos predominantes. A morfologia da Lapa pode ser dividida em 05 segmentos distintos a partir de sua entrada única, com 03 compondo o eixo e alinhamento principal da cavidade (proximal, intermedial e distal) e 02 compondo ramificações de menor extensão (leste e oeste). O segmento proximal, mais antropizado, subdivide-se em 02 compartimentos. Os segmentos intermedial e distal abarcam, respectivamente, 03 e 02 compartimentos. A conjugação entre a distribuição espacial das intervenções antrópicas e a abrangência espacial da iluminação artificial enseja a compartimentação antrópica da Lapa de Antônio Pereira distinguindo-se 04 usos religiosos: celebração litúrgica e devoção à santa, correspondentes ao segmento proximal, além de limiar de purificação e contemplação divina.
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