Localização do setor sucroenergético brasileiro
uma reorganização espacial recente?
DOI:
https://doi.org/10.9771/geo.v0i2.63089Palavras-chave:
biocombustível, etanol, cana-de-açúcar, açúcar, BahiaResumo
Em um cenário de mudanças climáticas, segmentos econômicos como o setor sucroenergético, que possuem potencial para redução da emissão de dióxido de carbono e do seu sequestro da atmosfera, tornam-se componentes-chave. No Brasil, ao longo do tempo, diferentes padrões locacionais dos estabelecimentos de cana-de-açúcar contribuíram com o aumento da oferta dos produtos derivados: açúcar, etanol, energia elétrica, dentre outros. Embora muitos trabalhos produzidos já tenham destacado a territorialização da atividade canavieira, aumento do consumo de etanol, transformações espaciais, circuitos espaciais produtivos e dinâmicas recentes do setor sucroenergético brasileiro, ainda há a necessidade de se definir a importância da localização dos estabelecimentos sucroenergéticos no referido setor. Nesse sentido, o objetivo do artigo é analisar se a atual localização das atividades de cana-de-açúcar e de seus derivados na Bahia caracteriza um processo recente de reorganização espacial do setor sucroenergético brasileiro. A Bahia, que possuía 1.510 engenhos em 1934, apresenta atualmente um cenário composto por apenas cinco estabelecimentos sucroenergéticos. O trabalho utilizou dados do sistema SIDRA/IBGE, do portal NovaCana e da Agência Nacional de Petróleo, Gás natural e Biocombustíveis, referentes ao ano de 2021, relacionados à produção canavieira, aos estabelecimentos, à capacidade de moagem de cada planta agroindustrial, à autorização, à vigência e à capacidade de produção das Unidades Agroindustriais Sucroenergéticas (UAS), que foram utilizados na elaboração do mapa do setor sucroenergético, utilizando o programa QGIS. Os resultados indicaram que houve uma reorganização espacial do setor sucroenergético, com mudança recente da localização das UAS na Bahia, com encerramento dos estabelecimentos existentes próximos à Salvador e implantação de novas UAS no interior do estado: em Juazeiro, Muquém do São Francisco, Medeiros Neto, Ibirapuã e Santa Cruz de Cabrália.
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