“Sou magrinho, não canso fácil e sou muito determinado”
vivências espaciais da cultura rider e dos entregadores de aplicativos de bicicletas
DOI:
https://doi.org/10.9771/geo.v0i1.61378Palavras-chave:
espaço urbano, mapas vivenciais, trabalho precário, pesquisa qualitativaResumo
Em várias cidades do mundo é costumaz observarmos os deslocamentos de entregadores de aplicativos que utilizam bicicletas e grandes bolsas trespassadas em seus corpos, realizando entregas em domicílio e com muita pressa. Partindo da pesquisa etnográfica, selecionamos as cidades de Madrid, Juiz de Fora (MG) e São Paulo (Capital) para realizar esta investigação, sobretudo por possuírem uma grande demanda do trabalho por meio das plataformas digitais e da utilização de bicicleta para a realização desta atividade laboral. Ancorados nos aportes da Cartografia cultural e da Teoria Histórico-cultural, os resultados desta investigação trouxeram à tona os mapas vivenciais, mapas “latentes”, “invisíveis”, “não convencionais” e concebidos pelos entregadores ciclistas e suas diferentes vivências urbanas derivadas de suas condições precárias de trabalho e pelos deslocamentos diários, criando, assim, estratégias espaciais que garantem sua sobrevivência. A utilização dos mapas vivenciais da realidade de cada espaço urbano pesquisado foi de grande valia para promover a visibilidade desses sujeitos, com destaque para os imigrantes venezuelanos em Madrid; mulheres entregadoras em Juiz de Fora (MG); e os ciclo-entregadores de periferia de São Paulo, os quais necessitam ser ouvidos e ter o direito ao acesso digno à cidade e aos princípios de um trabalho justo socialmente.
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