As joias, a coroa e a seca do imperador na modernização territorial cearense (1877-1879)

Autores

  • Igor Carlos Feitosa Alencar Universidade de São Paulo (USP)

DOI:

https://doi.org/10.9771/geo.v18i1.47205

Palavras-chave:

Seca, Trabalho, Estrada de Ferro de Baturité, Geografia Histórica, Modernização Territorial

Resumo

A seca de 1877-1879 dizimou parcela expressiva da população cearense. Tal evento, por sua vez, foi aproveitado pela classe senhorial local aliada ao poder imperial como forma de intensificar a exploração do trabalho, ao alocar os flagelados em grandes obras públicas, em especial na Estrada de Ferro de Baturité. Nesse bojo, o trabalho em questão metodologicamente se ampara na análise conjunta de aspectos teóricos e fontes documentais e propõe investigar como, ao contrário do que prega a propaganda monarquista da época e no presente, o imperador atuou em conformidade com os preceitos do Estado capitalista e, ao invés de socorrer a população sertaneja, a superexplorou, possibilitando o avanço nas obras da ferrovia e garantindo o controle social, a proteção da propriedade privada e a expansão da fronteira de acumulação.

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Biografia do Autor

Igor Carlos Feitosa Alencar, Universidade de São Paulo (USP)

Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Geografia Humana da Universidade de São Paulo (USP), Mestre em Geografia pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e Graduado em Geografia (Licenciatura) pela Universidade Regional do Cariri (URCA).

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Publicado

2022-07-20

Como Citar

Alencar, I. C. F. (2022). As joias, a coroa e a seca do imperador na modernização territorial cearense (1877-1879). GeoTextos, 18(1). https://doi.org/10.9771/geo.v18i1.47205

Edição

Seção

Artigos