O papel do docente no jogo do faz de conta infantil durante a rotina em sala de aula
DOI:
https://doi.org/10.9771/re.v6i2.20877Palabras clave:
Jogos do faz de conta. Docente. Educação infantil.Resumen
O jogo do faz de conta apresenta-se como uma característica peculiar à infância. O objetivo do estudo foi compreender o papel do docente durante os jogos do faz de conta realizados por 50 crianças entre 4 e 5 anos de idade, durante a rotina em sala de aula. Sob o método de observação participante, durante uma semana numa escola pública e uma semana numa escola privada, ambas com o acompanhamento minucioso de 25 crianças em cada turma, e com o auxílio do registro de um diário de campo, foi possível concluir que, o adulto na figura do professor exerce uma interferência externa que pode engendrar três atitudes diferentes durante a vivência dos jogos do faz de conta: (1) o docente entra no jogo sob a regra do mesmo e nutre o faz de conta, ampliando as possibilidades de ações dialógicas entre as crianças e assumindo o papel nutridor positivo, (2) o docente pode exercer o papel de finalizador do jogo em virtude do cumprimento da rotina escolar, e (3) o docente encerra o jogo por livre e espontânea vontade, assumindo novamente o papel de finalizador do jogo. Ressalta-se que esses papéis se mesclam ao longo da rotina escolar, não assumindo caráter unilateral, embora o papel de finalizador do jogo tenha sido o de maior frequência no registro de campo.Descargas
Citas
ADES, César. Um adulto atípico na cultura das crianças. In: MÜLLER, F.; CARVALHO, A. M. A. (Orgs.). Teoria e prática na pesquisa com crianças: diálogos com William Corsaro. São Paulo, SP: Cortez, 2009. p. 127-135.
BROUGÈRE, Gilles. A criança e a cultura lúdica. Revista da Faculdade de Educação. São Paulo, v. 24, n. 2, jul. 1998. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-25551998000200007>. Acesso em: 15 jan. 2013.
BROUGÈRE, Gilles. Brinquedo e cultura. São Paulo: Cortez, 2006.
CAILLOIS, Roger. Os jogos e os homens: a máscara e a vertigem. Lisboa: Cotovia, 1990.
COLLING, Graciele de. S. Compreensão de professoras de educação infantil acerca das brincadeiras de faz-de-conta e das culturas Infantis. 2010, 204f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Regional de Blumenau, 2010.
CORSARO, William. A. Sociologia da infância. Porto Alegre: Artmed, 2011.
ELKONIN, Daniil. B. Psicologia do jogo. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
FANTIN, Mônica. No mundo da brincadeira: jogo, brinquedo e cultura na educação infantil. Florianópolis: Cidade Futura, 2000.
FORTUNA, Tânia. R. Vida e morte do brincar. In: ÁVILA, I. S. (Org.). Escola e sala de aula: mitos e ritos. Porto Alegre, 2004. p. 47-59.
HUIZINGA, Johan. Homo Ludens: o jogo como elemento da cultura humana. São Paulo: Perspectiva, 2005.
ITURRA, Raul. O imaginário das crianças: os silêncios da cultura oral. Lisboa: Fim de Século, 1997.
REDIN, Maria. M. Crianças e suas culturas singulares. In: MÜLLER, F.; CARVALHO, A. M. A. (Orgs.). Teoria e prática na pesquisa com crianças: diálogos com William Corsaro. São Paulo, SP: Cortez, 2009. p.115-125.