Criação de emojis: as invenções juvenis de si em uma inspiração Sociopoética
DOI:
https://doi.org/10.9771/re.v9i3.37287Palavras-chave:
Emojis. Cultura Digital. Juventudes. Identidades Juvenis. Sociopoética.Resumo
O estudo objetivou analisar os sentidos representativos das identidades juvenis impressos em emojis produzidos artisticamente por alunos de Ensino Médio de uma instituição escolar pública federal de Valença do Piauí durante a realização de uma oficina inspirada na Sociopoética e em respostas ao tema gerador O eu. Os emojis são elementos comunicativos e anunciativos de representações dos sujeitos em funções discursivas e subjetivas em redes sociais, assim, firmam-se como elementos símbolos da juventude. Os pensamentos teóricos de Moro (2016), Paiva (2016) e Brito (2008) interligados às inspirações sociopoetas, a exemplo, Gauthier (2015, 2016), Adad (2014) e Santos (2013), justificam a escolha da produção de dados através da criação dos emojis por cada copesquisador, na intenção de despertar o potencial inventivo e sensível deles. As criações dos emojis como invenções juvenis de si com material de recorte, colagem, desenho e pintura em papel cartão foram analisadas intuitivamente e por uma leitura poética com olhares sensíveis. Constata-se, que do processo de produção simbólica dos emojis até o confronto da análise com aportes teóricos, os marcos delineadores da juventude não podem ser definidos com homogeneidade e singularidade, evidenciando a não existência de uma classificação pré-definida para a identidade jovem. Dessa forma, outros caminhos e conexões se abrem para interpretações dos multi/plurisentidos de suas identidades individuais, bem como, de suas categorias. Ainda, evidencia-se, as influências advindas dos diferentes modos representativos no ciberespaço na produção identitária fora dele e vice-versa, corroborando com as diversidades e diferenças nos modos de ser juvenil.Downloads
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