O Mundo, o mundo: da alegoria da globalização à revelação do comum // THE WORLD, THE WORLD: FROM THE ALLEGORY OF GLOBALIZATION TO THE REVELATION OF THE COMMON

Autores

  • Marcelo Rodrigues Souza Ribeiro Universidade Federal de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.9771/contemporanea.v11i3.8865

Palavras-chave:

alegoria, globalização, comum

Resumo

Proponho a análise do filme O mundo (2004), de Jia Zhangke, como alegoria aberta da globalização. A noção de alegoria aberta, ou abertura alegórica, possibilita abordar a globalização como condição de possibilidade do filme (que decorre, em parte, da participação da China nos circuitos globais de capital e de comércio) e como horizonte de sentido da narrativa (que está baseada, em parte, na metáfora do espaço do World Park de Pequim como Mundo em globalização). A análise do modo cinematográfico de constituição da alegoria da globalização conduz a uma comparação entre o trabalho de encenação de O mundo e a chamada “geografia criativa”, que constitui, desde Kuleshov, um dos efeitos mais fundamentais da montagem cinematográfica na representação do espaço. O trabalho de encenação é, no filme, uma forma de interrogar as fantasias e as promessas da globalização, em sua condição abstrata, a partir das disjunções do cotidiano dos trabalhadores e das trabalhadoras que o filme acompanha. O reconhecimento dos limites da alegoria da globalização permite a análise da narrativa como revelação do comum: do qualquer, da partilha, da experiência de estar junto.

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Biografia do Autor

Marcelo Rodrigues Souza Ribeiro, Universidade Federal de Goiás

Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Arte e Cultura Visual, da Universidade Federal de Goiás. Autor e editor do website incinerrante.com. Atua nas áreas de cultura visual, cinema, fotografia, artes e antropologia.

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Publicado

2013-12-02