Jornalismo negro e práticas de escrevivência no Alma Preta Jornalismo sob a perspectiva analítica de fronteiras
DOI:
https://doi.org/10.9771/contemporanea.v23i1.68893Palavras-chave:
Jornalismo negro, jornalismo independente, objeto de fronteira, escrevivência, Alma Preta JornalismoResumo
O artigo analisa práticas narrativas emergentes no jornalismo digital alternativo tendo como objeto o website da agência Alma Preta Jornalismo (APJ) – criada em 2015 para a cobertura de temáticas étnico-raciais e pautas antirracistas. O estudo se ancora no potencial teórico-conceitual de fronteiras para o campo de estudos do jornalismo com o propósito de compreender como, e até que ponto, o jornalismo da APJ desafia normas jornalísticas tradicionais no mundo ocidental. Após análise exploratória, a partir do método indiciário, um corpus de 79 artigos publicados pela editoria O Quilombo da APJ, no período de 1º de maio de 2023 a 30 de junho de 2024, foi examinado com base em análise de conteúdo e análise pragmática da narrativa. Observou-se que O Quilombo, ao valorizar a escrevivência jornalística como forma de aquilombamento digital, configura-se como objeto de fronteira no ecossistema midiático contemporâneo.
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