Leni Riefenstahl: profeta do fascismo midiático // Leni Riefenstahl: prophet of media fascism

Autores

  • frederico feitoza

DOI:

https://doi.org/10.9771/contemporanea.v10i2.6197

Palavras-chave:

Visual Culture. Media Fascism. The Politically Correct.

Resumo

Há um saber fascista que flutua em torno das imagens midiáticas de forma negociada e politicamente corrigida. Neste artigo pretendo refletir sobre este saber a partir de um conjunto de imagens que o somatiza de forma exemplar. Refiro-me ao livro de fotografias Os últimos Nuba (The Last of Nuba, 1972) da realizadora alemã Leni Riefenstahl, com especial atenção para o aspecto do totalitarismo cínico que subjaz ao processo de correção política na sua imagem. Para tanto, parto de uma concepção sintomática da cultura, psicanalítica e historicamente orientada, em que os signos visuais produzidos e celebrados por ela apontam para uma dimensão recalcada de suas disposições subjetivas em acordo com seus contextos históricos. Estarei atento, portanto, à composição em si que a imagem apresenta; às relações entre seus elementos; entre aquilo que é visível e o que possui uma significação; entre as expectativas e satisfações que agencia, nos conflitos entre expressão e conteúdo. Os últimos Nuba marca a passagem da celebração aberta dos fascismos nas sociedades para uma forma mais sutil e politicamente conveniente de expressão desta sensibilidade política. Ele precede o ideal obcecado pela perfeição física sob o disfarce reativo de um saudável multiculturalismo como observamos atualmente na mídia mainstream. É em torno do objetivo de aprofundar e mobilizar a nossa percepção estética do fascismo que deteremos este artigo.

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Biografia do Autor

frederico feitoza

Mestre em Comunicação pela UFPE. Atualmente Doutorando pela mesma instituição. Possui estágio de doutorado pela University of Leeds, Reino Unido.

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Publicado

2012-08-28