A Biblioteca Universitária Afrocentrada:
experiências da biblioteca da Faculdade de Arquitetura da UFBA
Palabras clave:
Afrocentricidade., Bibliotecas universitárias., Colonialidade do poder., Disseminação da informação., Informação étnico-racial.Resumen
Este trabalho decorre de um relato de experiências da Biblioteca da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia, abordando em específico suas atividades afrocentradas desenvolvidas de 2018 até a atualidade. Apresenta, também, as reflexões sobre a importância da tomada de consciência por parte dos profissionais de biblioteca sobre o racismo, entendendo que essa ideia perpassa por um projeto político e ideológico que coloca em operação a colonialidade do poder, do saber e do ser, presentes em toda a estrutura social brasileira. Como metodologia, abarca a pesquisa-ação, bibliográfica e documental. Algumas das atividades desenvolvidas pela equipe da Biblioteca são trazidas como resultados preliminares em vista da ação afrocentrada da Biblioteca perante suas práticas e, sobretudo, diante de suas ações de disseminação da informação. Conclui que a realização de atividades afrocentradas em espaços de bibliotecas contribuem para a visibilidade positivada da diversidade cultural, e particularmente negra, indígena e LGBTQIA+. Entende-se, por fim, que construir possibilidades de conhecimentos que viabilize o acesso à informação aos mais diferentes grupos étnicos é um exercício de resistência contra um discurso único, imposto pelo pensamento e projeto ideológico anglo-eurocêntrico que desumaniza os “outros” corpos e não considera as vivências e saberes de grupos socialmente vulneráveis e invisibilizados.
Descargas
Citas
ADICHIE, Chimamanda Ngozi. O perigo de uma história única. São Paulo: Companhia das Letras,
ALMEIDA, Silvio Luiz de. Racismo estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2020.
AQUINO, Mirian Albuquerque; SANTANA, Vanessa Alves Santana. Práticas de organização e
representação da informação étnico-racial em bibliotecas universitárias: necessidade de preservação da memória de negros. Revista Ibero-Americana de Ciência da Informação, Brasília, v. 6, n. 2, p. 17-36, ago./dez. 2013. Disponível em: https://doi.org/10.26512/rici.v6.n2.2013.1780. Acesso em: 9 dez. 2021.
ASANTE, Molefi Keti. Afrocentricidade: notas sobre uma posição disciplinar. In: NASCIMENTO, Elisa Larkin (org.). Afrocentricidade: uma abordagem epistemológica inovadora. São Paulo: Selo Negro, 2009. p. 93-110.
BALLESTRIN, Luciana. América Latina e o giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política,
Brasília, DF, n. 11, p. 89-117, maio/ago. 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0103-
Acesso em: 9 dez. 2021.
FREITAS, Lídia Silva de; GOMES, Sandra Lúcia Rebel. Quem decide o que é memorável?: a memória de setores populares e os profissionais de informação. In: FORO SOCIAL DE INFORMACIÓN, DOCUMENTACIÓN Y BIBLIOTECAS, 1., 2004, Buenos Aires. Anais [...]. Buenos Aires: [s.l.], 2004. p. 1-11.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
GOMES, Nilma Lino. O movimento negro educador: saberes construídos nas lutas por emancipação. Petropólis: Vozes, 2017.
HALL, Stuart. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: UFMG, 2013.
HOOKS, Bell. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. 2. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2019.
KILOMBA, Grada. Memórias da plantação: episódios de racismo cotidiano. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.
NASCIMENTO, Beatriz. Por uma história do homem negro. In: RATTS, Alex. Eu sou atlântica:
sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento. São Paulo: Instituto Kuanza; Imprensa Oficial,
Disponível em: https://www.imprensaoficial.com.br/downloads/pdf/projetossociais/
eusouatlantica.pdf. Acesso em: 8 dez. 2021. p. 93-98.
NASCIMENTO, Elisa Larkin. Introdução. In: NASCIMENTO, Elisa Larkin (org.). Afrocentricidade: uma abordagem epistemológica inovadora. São Paulo: Selo Negro, 2009. p. 27-31.
OLIVEIRA, Henry Pôncio Cruz de; AQUINO, Mirian de Albuquerque. O conceito de informação
etnicorracial na Ciência da Informação. Liinc em Revista, v. 8, n. 2, p. 466-492, set. 2012. Disponível em: https://doi.org/10.18617/liinc.v8i2.453. Acesso em: 10 dez. 2021.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo
(org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales, 2005. p. 107-130.
RIBEIRO, Djamila. Pequeno manual antirracista. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2015.
SILVA, Andréia Sousa da; LIMA, Graziela dos Santos. Construindo a visibilidade da cultura negra: ações socioeducativas para combater o racismo nos espaços informacionais. Revista ACB, Florianópolis, v. 24, n. 2, p. 333-344, abr./jun. 2019. Disponível em: https://revistaacb.emnuvens.com.br/racb/article/view/1614. Acesso em: 9 dez. 2021.
SILVA, Franciéle Carneiro Garcês da; GARCEZ, Dirnéle Carneiro; LIMA, Graziela dos Santos. Política de memória e o silenciamento das populações africanas e afro-brasileiras na Ciência da Informação. In: SILVA, Franciéle Carneiro Garcês da; ROMEIRO, Nathália Lima (org.). O protagonismo da mulher na biblioteconomia e Ciência da Informação. Florianópolis: ACB, 2018. p. 359-382.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2023 Revista Fontes Documentais
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial 4.0.
O(os) autor(es) do trabalho submetido a Revista Fontes Documentais declara(m):
- Declaro que participei suficientemente do trabalho para tornar pública minha responsabilidade pelo conteúdo.
- Declaro que o uso de qualquer marca registrada ou direito autoral dentro do manuscrito foi creditado a seu proprietário ou a permissão para usar o nome foi concedida, caso seja necessário.
- Declaro que todas as afirmações contidas no manuscrito são fatos são verdadeiras ou baseadas em pesquisa com razoável exatidão.
- Declaro que os direitos autorais referentes ao artigo agora submetido pertencerão à Revista Fontes Documentais, sendo permitido que outros possam distribuir, remixar, adaptar e criar a partir do deste trabalho, exceto para fins comerciais, desde que atribuído o devido crédito.