Como fazer uma etnografia de modo participante
Construindo sociabilidades com trabalhadores venezuelanos nas “Maticas” de Boa Vista, Roraima
DOI:
https://doi.org/10.9771/rp.v12i0.59894Palavras-chave:
etnografia, pesquisa em campo, métodos, metodologiaResumo
O presente artigo tem como objetivos principais descrever o processo de imersão em campo e explorar a construção de uma relação de confiança mútua, fundamental para a condução de uma pesquisa etnográfica participante. Para alcançar tais objetivos, será realizada uma pesquisa bibliográfica sobre metodologias nas ciências sociais, com ênfase na antropologia e na prática etnográfica. A base dessa pesquisa será a experiência em campo adquirida durante a elaboração da dissertação. O artigo detalha a dinâmica e a organização de três espaços de sociabilidade denominados “maticas”, com o intuito de identificar os passos essenciais para iniciar um estudo em campo. A etnografia, mais do que um método, possibilita a coleta de dados concomitante à elaboração de teorias. No entanto, destaca-se que a prática etnográfica não segue um manual ou receita padronizada; cada contexto exige uma abordagem sensível e adaptada às particularidades dos interlocutores e do ambiente. A abordagem proposta por Clifford Geertz (1989), que enfatiza a descrição densa, será seguida. Geertz sugere que se deve pesquisar nos espaços e, simultaneamente, interpretar em um nível mais profundo a cultura dos participantes.